São Paulo, terça-feira, 06 de dezembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Na correria, Corinthians ergue a taça sem a Justiça atrapalhar

Em meio ao temor de intervenção, time faz passagem-relâmpago no palco da festa para pegar troféu

RICARDO PERRONE
RODRIGO MATTOS
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

A taça do Brasileiro, que virou motivo de disputa judicial, foi entregue de maneira relâmpago para o Corinthians. A CBF montou um esquema para gastar o mínimo possível de tempo para dar o troféu ao time paulista, em sua festa de premiação, no Rio.
Havia a possibilidade de advogados e oficiais de justiça tentarem cumprir a ordem da Justiça gaúcha para não proclamar o campeão -a anulação dos 11 jogos do Brasileiro está sub judice.
A cerimônia do troféu, agendada antes da liminar gaúcha, abriu o evento, apesar de ser o momento mais nobre. Antes, um assessor da entidade dissera que a entrega deveria acontecer no final.
Mas, logo de cara, jogadores, conselheiros e diretores do Corinthians subiram ao palco, na primeira vez que a CBF promoveu um evento desse porte. A premiação durou cerca de dez minutos.
Diretores do Corinthians disseram que foram orientados a gastar no máximo um minuto na cerimônia. A pressa fez com que os jogadores e diretores, que já tinham ficado sem taça e faixa no gramado, fossem premiados longe do público-já entraram no palco com as medalhas no peito.
"A festa estava apertada. Não havia muito tempo", disse o presidente corintiano Alberto Dualib.
Ao final, a assessoria da CBF, contrariando o que dissera antes, informou que já estava previsto que a entrega seria o primeiro ato.
Havia forte esquema de segurança na entrada do teatro João Caetano. Até um policial federal ficou na entrada do auditório o evento inteiro. Um dirigente ouvido pela Folha contou que a orientação dos seguranças era dificultar o trabalho de eventuais oficiais de Justiça.
Do Sul, o torcedor Leandro Konflaz, autor da ação para barrar a festa, considerou sua missão cumprida. Ele disse que não tinha dinheiro para enviar um representante e fazer cumprir a ordem judicial que poderia evitar a entrega da taça. "Queria criar um suspense", afirmou Konflaz. Ele disse que vai manter a ação.
O vice-presidente jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, afirmou que não temia a ordem judicial por não a considerar válida. "Eles não tem competência para agir porque não havia urgência", disse. O Superior Tribunal de Justiça determinara que a 1ª Vara Cível de Porto Alegre podia tomar medidas urgentes sobre o caso.
"Agora quero ver tirar a taça do Corinthians", afirmou Lopes.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Pressionado, Internacional se curva à CBF
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.