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Na correria, Corinthians ergue a taça sem a Justiça atrapalhar
Em meio ao temor de intervenção, time faz passagem-relâmpago no palco da festa para pegar troféu
RICARDO PERRONE
RODRIGO MATTOS
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
A taça do Brasileiro, que virou
motivo de disputa judicial, foi entregue de maneira relâmpago para o Corinthians. A CBF montou
um esquema para gastar o mínimo possível de tempo para dar o
troféu ao time paulista, em sua
festa de premiação, no Rio.
Havia a possibilidade de advogados e oficiais de justiça tentarem cumprir a ordem da Justiça
gaúcha para não proclamar o
campeão -a anulação dos 11 jogos do Brasileiro está sub judice.
A cerimônia do troféu, agendada antes da liminar gaúcha, abriu
o evento, apesar de ser o momento mais nobre. Antes, um assessor
da entidade dissera que a entrega
deveria acontecer no final.
Mas, logo de cara, jogadores,
conselheiros e diretores do Corinthians subiram ao palco, na primeira vez que a CBF promoveu
um evento desse porte. A premiação durou cerca de dez minutos.
Diretores do Corinthians disseram que foram orientados a gastar no máximo um minuto na cerimônia. A pressa fez com que os
jogadores e diretores, que já tinham ficado sem taça e faixa no
gramado, fossem premiados longe do público-já entraram no
palco com as medalhas no peito.
"A festa estava apertada. Não
havia muito tempo", disse o presidente corintiano Alberto Dualib.
Ao final, a assessoria da CBF,
contrariando o que dissera antes,
informou que já estava previsto
que a entrega seria o primeiro ato.
Havia forte esquema de segurança na entrada do teatro João
Caetano. Até um policial federal
ficou na entrada do auditório o
evento inteiro. Um dirigente ouvido pela Folha contou que a
orientação dos seguranças era dificultar o trabalho de eventuais
oficiais de Justiça.
Do Sul, o torcedor Leandro
Konflaz, autor da ação para barrar a festa, considerou sua missão
cumprida. Ele disse que não tinha
dinheiro para enviar um representante e fazer cumprir a ordem
judicial que poderia evitar a entrega da taça. "Queria criar um suspense", afirmou Konflaz. Ele disse
que vai manter a ação.
O vice-presidente jurídico da
CBF, Carlos Eugênio Lopes, afirmou que não temia a ordem judicial por não a considerar válida.
"Eles não tem competência para
agir porque não havia urgência",
disse. O Superior Tribunal de Justiça determinara que a 1ª Vara Cível de Porto Alegre podia tomar
medidas urgentes sobre o caso.
"Agora quero ver tirar a taça do
Corinthians", afirmou Lopes.
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