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FUTEBOL
Marcionílio Pinheiro e Fred Silva morrem após troca de tiros entre torcidas de Botafogo e Fortaleza, ontem, no Rio
Nova rixa de internet mata 2 no Nacional
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Mais mortes na última rodada
encerraram um brasileiro recheado de tragédias. As provocações
trocadas pela internet entre torcedores de Botafogo e Fortaleza resultaram em selvageria anteontem à noite no Rio. Um microônibus alugado pela Torcida Uniformizada do Fortaleza foi emboscado por botafoguenses da Fúria Jovem resultando em duas mortes.
Os mortos a tiros foram Marcionílio Pinheiro, 28, presidente
da TUF, e Fred Paiva da Silva, 29,
da organizada do Botafogo. Houve quatro feridos. Dois acusados
pelos homicídios foram presos.
O confronto ocorreu após o jogo em que o Botafogo bateu o
Fortaleza por 2 a 0. Já em volta do
estádio Luso-Brasileiro, na Ilha
do Governador (zona norte),
aconteceu tumulto, mas a PM impediu que a briga se alastrasse.
O microônibus que conduziria
os 20 torcedores de volta ao Ceará
foi atacado a pedradas e tiros
quando estava preso em um engarrafamento no acesso da avenida Brasil à ponte Rio-Niterói.
A PM escoltara os cearenses a
até pouco metros dali. Segundo
major Marcelo Pessoa, do Grupamento Especial de Policiamento
de Estádios, a escolta se desfez
porque, como a Rio-Niterói está
sob jurisdição federal, a segurança seria de responsabilidade da
Polícia Rodoviária Federal. Além
disso, não havia, aparentemente,
botafoguenses próximos ao local.
Os PMs se enganaram. De um
carro saíram quatro torcedores
do Botafogo, que atacaram o ônibus com porretes de madeira e
dispararam tiros com revólver.
Atingido na barriga e na cabeça,
Pinheiro morreu na hora. Outros
quatro colegas foram baleados
sem gravidade: Renato Barros dos
Santos, 24, Aldeluciano Santos
Cassiano, 29, Wilker de Serpa Lima, 20, e Wilton Caetano Bezerra,
46, motorista-auxiliar.
Um dos cearenses estava armado. Ricardo Fernandes Fontenele,
o Mexicano, vice-presidente da
TUF, disse que também atirou.
Baleado, Fred Paiva da Silva
morreu no Hospital Cardoso
Fontes, em Jacarepaguá (zona
oeste). Marcelo de Oliveira Ramos da Silva, o Geléia, um dos homens que o levaram ao hospital,
foi preso pela PM, acusado de ter
matado o presidente da TUF.
A família de Pinheiro, o torcedor do Fortaleza morto, quer que
os irmãos dele, Addler e Arley,
deixem de participar da organizada, por medo da violência.
Além de presidente da torcida,
função que ocupava desde o início do ano, Pinheiro era estudante
de direito. Ele tinha ido ao Rio na
quinta-feira com outras 24 pessoas, em um microônibus, para
ver a partida, cujo resultado poderia garantir uma vaga ao Fortaleza
na Copa Sul-Americana.
O enterro de Pinheiro foi marcado para hoje pela manhã. Ontem, em luto, todas as lojas da
TUF, sete espalhadas por Fortaleza, ficaram fechadas. A torcida
tem 7.900 componentes.
Colaborou Kamila Fernandes,
da Agência Folha, em Fortaleza
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