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SPARRING
Na horizontal
EDUARDO OHATA
Nas últimas décadas, ou pelo
menos até o grandalhão Lennox
Lewis unificar os cinturões, os
pesos-pesados ingleses vinham
seguindo como motivo de piada
por parte da imprensa.
""Os pesos-pesados horizontais". Era desta forma que os
mais maldosos se referiam aos
britânicos, em alusão à posição
na qual, invariavelmente, concluíam os combates.
E os comentários não eram
exagerados. No século 20, Lewis
foi o primeiro inglês a conquistar uma fração do título (antes,
o último súdito da rainha campeão havia sido Bob Fitzsimmons, que perdeu a coroa dos
pesos-pesados em 1899).
Ainda assim, Lewis integrou
brevemente o anedotário ao ser
nocauteado em dois assaltos pelo ex-sparring de Tyson Oliver
McCall. Detalhe, o norte-americano desferiu o soco decisivo
com os olhos fechados.
Durante um certo período, parecia que Lewis daria continuidade à tradição de derrotados
populares, como Frank Bruno,
Henry Cooper, Richard Dunn,
Brian London e Joe Bugner.
Sobre a fascinação dos ingleses
com seus pesados, comenta-se
que ""quanto mais apanham,
mais são idolatrados". Basta
perder com valentia (aguentar
um massacre ou sangrar até que
a luta seja interrompida).
Exagero? É possível. Mas os ingleses realmente mantêm a admiração por Bruno, por exemplo, que perdeu para ""Quebra-ossos" Smith, Tim Whiterspoon,
Lewis e Mike Tyson.
Na luta entre Lewis e Evander
Holyfield, em novembro, ingleses invadiram a área restrita à
imprensa para abraçar, gritar o
nome de Bruno e pedir autógrafos para o ex-lutador, que trabalhou como comentarista.
No final deste mês, o campeão
inglês e da Comunidade Britânica, Julius Francis, que enfrenta Tyson em Manchester, terá a
chance de apagar o estereótipo
dos ""pesados horizontais".
Ou, como sua inexpressiva
carreira indica, ganhar a admiração de seus compatriotas.
NOTAS
Amador
Apesar da instalação de uma
balança eletrônica para a pesagem dos pugilistas que participam das competições promovidas pela Federação Paulista, o
coordenador da AD São Caetano, Servílio de Oliveira (única
medalha olímpica do boxe brasileiro), que abriu processo reivindicando mudanças que ""assegurariam o bem-estar dos lutadores", pede mais alterações.
""Queremos que os resultados
dos combates sejam claramente divulgados. Assim, não haveria mais a possibilidade de os
pugilistas cujas lutas foram interrompidas por excesso de
castigo na cabeça voltarem a
combater antes do término do
período obrigatório de "repouso"", afirmou Oliveira.
Profissional
O favorito desta coluna,
Johnny ""Mi Vida Loca" Tapia,
tenta o título dos galos da Organização Mundial amanhã, contra Jorge Eliecer Julio.
E-mail: eohata@folhasp.com.br
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