São Paulo, Sexta-feira, 07 de Janeiro de 2000


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SPARRING
Na horizontal

EDUARDO OHATA

Nas últimas décadas, ou pelo menos até o grandalhão Lennox Lewis unificar os cinturões, os pesos-pesados ingleses vinham seguindo como motivo de piada por parte da imprensa.
""Os pesos-pesados horizontais". Era desta forma que os mais maldosos se referiam aos britânicos, em alusão à posição na qual, invariavelmente, concluíam os combates.
E os comentários não eram exagerados. No século 20, Lewis foi o primeiro inglês a conquistar uma fração do título (antes, o último súdito da rainha campeão havia sido Bob Fitzsimmons, que perdeu a coroa dos pesos-pesados em 1899).
Ainda assim, Lewis integrou brevemente o anedotário ao ser nocauteado em dois assaltos pelo ex-sparring de Tyson Oliver McCall. Detalhe, o norte-americano desferiu o soco decisivo com os olhos fechados.
Durante um certo período, parecia que Lewis daria continuidade à tradição de derrotados populares, como Frank Bruno, Henry Cooper, Richard Dunn, Brian London e Joe Bugner.
Sobre a fascinação dos ingleses com seus pesados, comenta-se que ""quanto mais apanham, mais são idolatrados". Basta perder com valentia (aguentar um massacre ou sangrar até que a luta seja interrompida).
Exagero? É possível. Mas os ingleses realmente mantêm a admiração por Bruno, por exemplo, que perdeu para ""Quebra-ossos" Smith, Tim Whiterspoon, Lewis e Mike Tyson.
Na luta entre Lewis e Evander Holyfield, em novembro, ingleses invadiram a área restrita à imprensa para abraçar, gritar o nome de Bruno e pedir autógrafos para o ex-lutador, que trabalhou como comentarista.
No final deste mês, o campeão inglês e da Comunidade Britânica, Julius Francis, que enfrenta Tyson em Manchester, terá a chance de apagar o estereótipo dos ""pesados horizontais".
Ou, como sua inexpressiva carreira indica, ganhar a admiração de seus compatriotas.

NOTAS

Amador
Apesar da instalação de uma balança eletrônica para a pesagem dos pugilistas que participam das competições promovidas pela Federação Paulista, o coordenador da AD São Caetano, Servílio de Oliveira (única medalha olímpica do boxe brasileiro), que abriu processo reivindicando mudanças que ""assegurariam o bem-estar dos lutadores", pede mais alterações. ""Queremos que os resultados dos combates sejam claramente divulgados. Assim, não haveria mais a possibilidade de os pugilistas cujas lutas foram interrompidas por excesso de castigo na cabeça voltarem a combater antes do término do período obrigatório de "repouso"", afirmou Oliveira.

Profissional
O favorito desta coluna, Johnny ""Mi Vida Loca" Tapia, tenta o título dos galos da Organização Mundial amanhã, contra Jorge Eliecer Julio.

E-mail: eohata@folhasp.com.br


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