da Reportagem Local

O Itaperuna perdia por 2 a 0 para o Vasco, mas conseguiu empatar. Após a reação, o juiz carioca José Carlos Santiago expulsou três jogadores do time de Paulo Mata e validou um gol do atacante vascaíno Edmundo, impedido no lance.
Revoltado, o técnico invadiu o campo já sem camisa e, ao se aproximar do juiz, tirou as calças.
""Quando vi os PMs chegando, resolvi sacanear também. Falei para o juiz: "Já que você me roubou no jogo, fique com as minhas calças também"', lembra.
O surrealismo da cena chamou a atenção da mídia internacional.
""Saí no mundo inteiro. Até um amigo italiano que mora no Sudão me viu na TV", afirmou.
Houve também o lado negativo do caso.
Mata diz que ficou três meses em depressão e precisou de tratamento médico. Conta que chegou a receber ameaças anônimas por telefone.
""As pessoas que protestam são muito visadas no Brasil. Veja os sem-terra, por exemplo."
Mata alega que a atitude foi um desabafo contra as injustiças que vinha sofrendo no futebol carioca.
""Para fazer o que eu fiz, tem que ter chegado ao limite. Era uma situação extrema", justifica, para, em seguida, enumerar uma série de situações em que diz ter sido prejudicado.
O episódio mais traumático, segundo ele, ocorreu no Estadual do Rio de 96, numa partida entre Itaperuna e Flamengo.
""Fomos roubados e entrei em campo para protestar. Apanhei muito da PM, levei vários "telefones'. Até hoje, tenho problema nos tímpanos e não ouço direito", diz. ( FV)


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