São Paulo, sexta-feira, 07 de março de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rebeca vive maratona de decisões por doping

Nadadora encara hoje 1º de seus julgamentos na Suíça

DA REPORTAGEM LOCAL

A audiência da nadadora Rebeca Gusmão, na Corte de Arbitragem do Esporte, acontece hoje, em Lausanne, na Suíça.
A brasileira será julgada por caso de doping de 2006, pois seu exame acusou uma alta taxa de testosterona. Na segunda-feira, Rebeca enfrentará um novo julgamento, agora na Fina (Federação Internacional de Natação), sob a acusação de doping no Pan de 2007, no Rio.
No caso que será julgado hoje, a defesa da nadadora argumenta que a urina estava degradada por conta de falhas no controle antidoping realizado durante o Troféu José Finkel, e, por isso, o exame teria apresentado um falso positivo.
No ano passado, exame promovido pela Fina no dia 13 de julho, data de abertura do Pan, mostrou novamente nível anormal de testosterona. Pior, testes de Rebeca realizados nos dias 12 e 18 de julho, durante o Pan, apresentaram duplo DNA.
Rebeca contestou o resultado do teste. Em 18 de dezembro, foi realizada a análise da contraprova no Laboratório INRS-Institute Armand Frappier. Médico contratado por Rebeca informou que o resultado teria sido inconclusivo.
Porém a Fina encaminhou o caso ao seu Painel de Doping.
Se for punida pela federação, Rebeca pode ficar até dois anos fora de competições esportivas.
Em dezembro passado, a Organização Desportiva Pan-Americana cassou as quatro medalhas conquistadas por Rebeca durante o Pan do Rio.
Os dois ouros obtidos por Rebeca nos 50 m e nos 100 m livre acabaram com a venezuelana Arlene Semeco, que ficara com a prata nas duas provas.
Na mesma competição, Rebeca havia conquistado também uma prata (4 x 100 m livre) e um bronze (4 x 100 medley). Havia se convertido na primeira brasileira a se sagrar campeã pan-americana na natação.
Apesar das pendências seguirem na instância esportiva, a nadadora ao menos conseguiu se livrar da acusação na Justiça comum de fraudar antidoping.
O titular da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública do Rio, o delegado Marcos Cipriano, acabou não relatando ninguém em inquérito sobre o doping de Rebeca em que teria acontecido a manipulação da urina.
O delegado alegara que não havia ficado convencido de que houve manipulação de urina e que a coleta fora contestada.
Apesar disso, o inquérito foi enviado ao Ministério Público do Estado do Rio e o promotor Alexandre Graça, da 17ª Promotoria de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, a denunciou sob a acusação de falsidade ideológica, infração que tem como pena mínima um ano de detenção.
A atleta, que está suspensa desde novembro, ameaçou não retornar às piscinas mesmo se for inocentada. E reclamou de ""ciúmes" entre as nadadoras.


Texto Anterior: Brasil treinará em paraíso da jogatina
Próximo Texto: Copa do Brasil: Zebra dá as caras no fim da 1ª fase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.