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JUCA KFOURI
Bota, Fla e Grêmio
Ora, direis ouvir estrelas. E
como não falar do Botafogo,
campeão do Rio-São Paulo?
Como esquecer da tremenda
crise rubro-nega?
Ou como fazer vistas grossas
ao primeiro passo do novo
Grêmio na Libertadores?
Três temas obrigatórios para ontem, mas "a escolha de
Zico" acabou tomando todo o
espaço, não teve jeito.
Pois vamos a eles.
Primeiro, o primeiro, o campeão do Rio-São Paulo, o primeiro campeão do ano.
Foi a confirmação do mais
lógico. A consagração de um
time mais bem estruturado e
mais regular do que o São
Paulo e que, justiça seja feita,
mostrou novamente que está
ficando cada vez mais forte.
O Botafogo foi campeão
simplesmente porque acabou
o torneio exatamente como
começou, cozinhando seus rivais e fazendo naturalmente
os gols que tratou de criar.
Se alguém quiser contestar o
título botafoguense por esse
ou aquele motivo, que o faça,
pois o choro é livre, assim como o riso, estampado nas bocas alvinegras, legitimamente
responsáveis pelo coro que tomou conta do Maracanã: "É
campeão!". Nada mais justo.
Riso, coro, choro. Há anos
que os rubro-negros não têm
motivos para rir, só fazem coro para xingar e choram de
saudade dos bons tempos que
insistem em não voltar.
Tudo e todos já passaram
pela Gávea nos últimos anos.
Dos jogadores nem é bom
falar, seria necessária uma
página inteira.
Entre os técnicos, para citar
apenas dois, Wanderley Luxemburgo, que já passou, e
Paulo Autuori, que sobrevive
a duras penas, ambos entre os
três melhores do país.
E provavelmente o Mengo
precise mesmo é do terceiro,
do Felipão, que talvez seja o
único com autoridade para
pôr ordem na casa, a começar
por mandar embora o presidente, rei da espuma, incapaz
de se fazer respeitar.
E o jogador reflete tal descomando em campo, é vítima e
algoz desse tipo de cartola.
E, finalmente, o Grêmio.
Num grupo duríssimo porque
os dois times mexicanos são
rivais respeitáveis, bateu o
campeão brasileiro no primeiro duelo da Libertadores.
Sem Felipão de poucas e diretas palavras e com Lazaroni
de muitas e evasivas frases,
sem Jardel, mas com Guilherme, eis que o primeiro passo
está dado com a firmeza de
quem conhece o caminho,
senda ainda misteriosa para o
centenário Vasco.
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