São Paulo, sábado, 7 de março de 1998

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JUCA KFOURI
Bota, Fla e Grêmio

Ora, direis ouvir estrelas. E como não falar do Botafogo, campeão do Rio-São Paulo?
Como esquecer da tremenda crise rubro-nega?
Ou como fazer vistas grossas ao primeiro passo do novo Grêmio na Libertadores?
Três temas obrigatórios para ontem, mas "a escolha de Zico" acabou tomando todo o espaço, não teve jeito.
Pois vamos a eles.

Primeiro, o primeiro, o campeão do Rio-São Paulo, o primeiro campeão do ano.
Foi a confirmação do mais lógico. A consagração de um time mais bem estruturado e mais regular do que o São Paulo e que, justiça seja feita, mostrou novamente que está ficando cada vez mais forte.
O Botafogo foi campeão simplesmente porque acabou o torneio exatamente como começou, cozinhando seus rivais e fazendo naturalmente os gols que tratou de criar.
Se alguém quiser contestar o título botafoguense por esse ou aquele motivo, que o faça, pois o choro é livre, assim como o riso, estampado nas bocas alvinegras, legitimamente responsáveis pelo coro que tomou conta do Maracanã: "É campeão!". Nada mais justo.

Riso, coro, choro. Há anos que os rubro-negros não têm motivos para rir, só fazem coro para xingar e choram de saudade dos bons tempos que insistem em não voltar.
Tudo e todos já passaram pela Gávea nos últimos anos.
Dos jogadores nem é bom falar, seria necessária uma página inteira.
Entre os técnicos, para citar apenas dois, Wanderley Luxemburgo, que já passou, e Paulo Autuori, que sobrevive a duras penas, ambos entre os três melhores do país.
E provavelmente o Mengo precise mesmo é do terceiro, do Felipão, que talvez seja o único com autoridade para pôr ordem na casa, a começar por mandar embora o presidente, rei da espuma, incapaz de se fazer respeitar.
E o jogador reflete tal descomando em campo, é vítima e algoz desse tipo de cartola.

E, finalmente, o Grêmio. Num grupo duríssimo porque os dois times mexicanos são rivais respeitáveis, bateu o campeão brasileiro no primeiro duelo da Libertadores.
Sem Felipão de poucas e diretas palavras e com Lazaroni de muitas e evasivas frases, sem Jardel, mas com Guilherme, eis que o primeiro passo está dado com a firmeza de quem conhece o caminho, senda ainda misteriosa para o centenário Vasco.



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