Agora, equipe do Parque Antarctica luta nos bastidores para não ter de enfrentar o São Paulo duas vezes no Morumbi

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RENAN CACIOLI
ENVIADO ESPECIAL A BARUERI

Por instantes da 19ª e última rodada, o Palmeiras foi líder do Paulista e viu a camisa do rival das semifinais mudar. Começou sendo a do São Paulo, passou pela da Ponte Preta e voltou a ser a do time do Morumbi.
Definidos os confrontos dos mata-matas, a luta dos palmeirenses começará hoje, na sede da federação, que anunciará os locais das partidas dos dois próximos domingos.
"O Palmeiras vai defender uma partida fora do Morumbi. São José do Rio Preto e o Palestra Itália são duas opções interessantes", disse o vice de futebol do clube, Gilberto Cipullo.
Em documento assinado por todos os clubes antes do início da competição, ficou decidido que caberia à entidade que comanda o futebol paulista escolher os mandos de jogo na fase final do Estadual.
"Nós não temos restrição ao Morumbi. Só não queremos jogar duas vezes no campo do adversário", completou Cipullo.
O técnico Vanderlei Luxemburgo ponderou. Lembrou que já está tudo assinado e, caso a FPF coloque os dois clássicos no Morumbi, não haverá outra alternativa. Mas, assim como já fizera a diretoria do clube durante a semana, pediu bom senso à entidade.
"O Palmeiras já jogou Sul-Americana no Palestra. Já decidiu título de Libertadores lá. O Palestra já recebeu grandes jogos. Mas é a federação quem tem o poder de decisão."
Após passar por reformas, o estádio palmeirense foi reaberto somente na 11ª rodada, diante do Rio Preto.
As condições do gramado, porém, desagradaram aos próprios palmeirenses, que reclamaram da quantidade de areia e dos buracos no "carpete".
Shows previamente agendados -o último, do cantor Ozzy Osbourne, aconteceu anteontem- foram identificados como potencializadores dos problemas com a grama.
O São Paulo, por sua vez, deixou claro que disputar uma das partidas no Parque Antarctica não lhe agrada.
"Há um regulamento, e o São Paulo segue o regulamento. Amanhã [hoje] o presidente Juvenal Juvêncio vai estar na federação e vai seguir aquilo que for determinado. O campeonato tem uma semifinal importante, onde o melhor palco tem que ser utilizado", disse o superintendente de futebol do clube, Marco Aurélio Cunha.
Ao ser indagado se o Parque Antarctica seria um bom palco, o dirigente ironizou. "Bom palco é, houve dois shows lá, e parece que o Rod Stewart gostou", afirmou, referindo-se à apresentação do cantor britânico na última sexta-feira.
A guerra de bastidores entre as duas diretorias ganhou vozes, também, dos jogadores das duas equipes.
"O fato de ter duas partidas no Morumbi dá vantagem para o São Paulo. Eles já conhecem bem o campo. E é a casa deles", afirmou o goleiro palmeirense Marcos. O arqueiro, no entanto, fez uma ressalva. "Ao mesmo tempo, o gramado fica longe da torcida. Não tem tanta pressão", disse o camisa 12.
Já o atacante Alex Mineiro, que ontem anotou seu 11º gol no campeonato -está a dois do santista Kléber Pereira-, foi mais político. "Aquilo que a federação decidir, o Palmeiras estará preparado."
O atacante são-paulino Borges disse que seria melhor até para os torcedores palmeirenses dois confrontos no Morumbi. Não vê problemas em atuar no Parque Antarctica, mas rechaçou novo duelo em Ribeirão Preto -na 15ª rodada, seu time foi goleado lá pelo Palmeiras por 4 a 1.
"Até os jogadores deles reclamaram", afirmou o atacante.


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