São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2004

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BOXE

Rocky 6

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Sylvester Stallone cansou de repetir que o peso-pesado Chuck Wepner foi sua inspiração para o premiadíssimo "Rocky".
Foi quando Stallone, então um desconhecido (e desempregado) ator, usou seus últimos trocados em seu aniversário para assistir à disputa de título entre o legendário Muhammad Ali e Wepner.
O que Stallone viu foi o favoritíssimo Ali suar para bater Wepner, que perdeu por nocaute no assalto final. Antes, o campeão teve queda apontada contra si (como resultado de pisão no pé).
Essa foi a história que foi mais ou menos transposta às telas (com alguns exageros) no primeiro "Rocky", que ganhou dois Oscar (melhor filme e direção) em 76. Ou seja, a saga de um vagabundo da vizinhança que ganha a oportunidade de enfrentar o campeão mundial e cuja ambição é só agüentar até o último assalto.
Conforme o prosseguimento da saga, com "Rocky 2", o roteiro tornou-se ainda mais fantástico, com Rocky Balboa tornando-se campeão. E é aí que a história se distancia daquela de Wepner.
No entanto se engana quem acredita que o filme "Rocky 2" nada tem a ver com a realidade.
Na verdade, a história de um ex-campeão mundial dos pesos-pesados, James J. Braddock, é mais parecida com a saga do "Garanhão Italiano" Rocky Balboa do que aquela de Wepner.
Quando enfrentou em 1935 o favoritíssmo campeão Max Baer (10 por 1 nas bolsas de apostas), mais jovem, forte e técnico, Braddock subiu ao ringue com 45 vitórias, 22 derrotas e 4 empates.
Para piorar seu retrospecto, Braddock, que vivenciou o negro período da quebra da bolsa e que durante certo período havia apelado para auxílio do Estado para alimentar sua família, já havia amargado derrota para Tommy Loughran na disputa pelo cinturão dos meio-pesados, em 1929.
Mas teve sorte ao surpreender Baer, que ficava mais tempo em casas noturnas do que no ginásio.
Por conta disso, ele ganhou o apelido de "Cinderella Man", em alusão ao famoso conto de fadas.
Mas, em seu próximo combate, Braddock teve a infelicidade de enfrentar Joe Louis, caindo em oito assaltos. Porém, antes de concordar em pôr o título em jogo contra o "Bombardeador Negro", seu manager fez com que Louis aceitasse ceder 10% de suas futuras bolsas a Braddock.
Para não encerrar sua carreira de maneira negativa, com derrota, após perder para Louis, Braddock fez mais uma luta apenas, uma vitória por decisão dividida sobre o competente Tommy Farr, no Madison Square Garden, e aposentou de vez as suas luvas.
É ou não uma história realmente digna de ir para Holywood?
Pois é. Tanto que está em produção "The Cinderella Man", filme de Ron Howard que terá como protagonistas Russell Crowe, no papel de Braddock, e Renee Zellweger como sua mulher, Mae.
Crowe foi visto em janeiro passado à beira do ringue assistindo a uma das últimas defesas de cinturão do australiano Anthony "The Man" Mundine (contra o desafiante japonês Yoshinori Nishizawa), na Austrália, onde mora atualmente, como "laboratório".

Brasil 1
Quem estiver curioso em conhecer, ou melhor, no caso rever, um dos possíveis futuros adversários de Popó na categoria dos leves terá a oportunidade na próxima quinta-feira. A HBO Plus exibe, a partir das 22h, a defesa de título dos leves da FIB de Javier Jauregui frente a Julio Diaz. Para quem não se lembra, o brasileiro, que esta semana obteve nova vitória nos tribunais sobre a Oficina de Idéias, sua ex-equipe, já derrotou o mexicano Jauregui em apenas um assalto.

Brasil 2
O técnico Marcos Macedo, que levou o Centro Olímpico ao título deste ano da Forja de Campeões e o Paulista de boxe feminino em 2003, está deixando o complexo esportivo. Dentro em breve, ministrará aulas no Clube da Cidade do Ibirapuera, também da prefeitura.

E-mail eohata@folhasp.com.br


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