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PINGUE-PONGUE
Keke diz que já perdeu o controle sobre o filho
DO ENVIADO A NURBURGRING
De ex-piloto a pai de piloto
da F-1 a simples turista. O fin-landês Keke Rosberg, 57, experimentou essa metamorfose
nos últimos meses.
Campeão em 1982, viu o filho
Nico assinar com a mesma Williams que lhe deu o título
mundial e, a partir daí, perdeu
o controle sobre ele.
Vários quilos a mais em relação aos tempos em que dividia
as pistas com Emerson Fittipaldi, Gilles Villeneuve e Nelson
Piquet, cabelos e bigode brancos, Rosberg falou à Folha no
paddock do circuito de Nurburgring.
(FSX)
Folha - Seu ex-adversário e
amigo Nelson Piquet vive dizendo que o filho Nelsinho é melhor
piloto do que ele foi. Você acha o
mesmo do Nico?
Keke Rosberg - Eu não acho
que seja muito apropriado publicar num jornal o que eu acho
[risos]. Você não vai me colocar numa polêmica contra o
Nelson. Ele fala essas merdas
há anos.
Folha - Não, ele não estava falando que o Nelsinho é melhor
que o Nico. Mas sim que o Nelsinho é melhor piloto do que ele,
Nelson.
Rosberg - Ah, sim... Isso é
compreensível. É um pai falando de um filho. Mas o Nelson
fala muito mesmo. Gosta de
polemizar.
Folha - Qual é a sua avaliação
sobre o desempenho do Nico
neste início de vida como piloto
de F-1?
Rosberg - Simplesmente não
avalio. Não tenho como. Estou
aqui meramente como um turista, curtindo um fim de semana normal de F-1.
Folha - Mas fora da pista, no
dia-a-dia, vocês devem conversar sobre F-1...
Rosberg - Para dizer a verdade, conversamos muito pouco.
Eu quase não o vejo mais. Perdi
o controle sobre ele [risos].
Acho que me tornei a pessoa
que atualmente mais dificuldades tem para se aproximar do
Nico. Ele está trabalhando tanto, tem de fazer tantas viagens,
testes, compromissos com patrocinadores, que eu quase não
o vejo em casa.
Folha - Você acha que essa é
uma das grandes diferenças entre a época em que você corria
na F-1 e a dele?
Rosberg - Naquela época, a
gente também trabalhava duro. Também testava e tinha patrocinadores pessoais. Mas
agora acredito que há um certo
exagero.
Folha - Há um ano, você esperava que o Nico estivesse no estágio em que ele está hoje como
piloto?
Rosberg - Eu esperava, sim.
Mas na F-1 a gente nunca sabe
o que vai acontecer. Ele sempre
trabalhou duro, mas hoje não
há muitos lugares disponíveis
na F-1.
Folha - Você acredita que essa
é a chave para o sucesso? Trabalhar duro?
Rosberg - Acho que sim. Como diz o [Fernando] Alonso
[atual campeão mundial da
categoria], você tem que viver
F-1 365 dias por ano para ter
uma chance. Hoje é assim.
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