São Paulo, sexta, 7 de maio de 1999

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Médicos apontam melhora respiratória

da Reportagem Local

Há oito dias hospitalizado, o ex-recordista mundial do salto triplo João do Pulo apresentou ontem à tarde uma discreta melhora da função respiratória.
Segundo o boletim do hospital Beneficência Portuguesa, ele teve uma hipertermia (elevação da temperatura) durante a noite.
O quadro clínico é considerado grave. Além de broncopneumonia, ele tem hepatite C e, como consequência dela, sofre de uma cirrose.
O problema exige um transplante de fígado, mas os médicos descartam isso, pois a infecção pulmonar ainda arrisca sua vida.
João do Pulo foi internado pela primeira vez, em 3 de abril, por causa do problema hepático. Os médicos, porém, não associam o alcoolismo a seu quadro atual.
² Surra
Nascido em uma família pobre de Pindamonhangaba (140 km a nordeste de São Paulo), João Carlos de Oliveira sofreu dois traumas na infância: a morte da mãe e a tuberculose. Seu pai, um ferroviário, casou-se novamente -a madrasta teria o surrado várias vezes.
Ainda adolescente, começou no atletismo, competindo no salto em altura. Aos 18 anos, saltou pela primeira vez a prova em distância, e seus desempenhos chamaram a atenção de clubes, como o São Paulo, onde foi treinar, aproveitando que tinha de fazer o serviço militar na cidade. Em 1974, passou a praticar no clube Pinheiros.
Sob o comando do treinador Pedro Camargo Toledo, conseguiu chegar a seu grande feito, em 17 de outubro de 1975, nos Jogos Pan-Americanos, quando superou o recorde mundial do salto triplo em 45 centímetros (17,89 m).
Com isso, atingiu a fama mundial. Mas seu desempenho olímpico se limitou a dois bronzes, em Montreal-1976 e Moscou-1980.
No ano seguinte, sua carreira esportiva teve um fim abrupto: em um acidente de carro na noite de 22 de dezembro, quando ia de Campinas a São Paulo.
Ele sofreu 23 cirurgias (16 só na perna), passou nove meses no hospital e acabou tendo de amputar parte da perna direita.
Em 1986, partiu para a política, elegendo-se deputado estadual, conseguindo a reeleição em 1988. Depois, vieram dois fracassos eleitorais, em 1994 e 1998.



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