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Médicos apontam melhora respiratória
da Reportagem Local
Há oito dias hospitalizado, o ex-recordista mundial do salto triplo
João do Pulo apresentou ontem à
tarde uma discreta melhora da
função respiratória.
Segundo o boletim do hospital
Beneficência Portuguesa, ele teve
uma hipertermia (elevação da
temperatura) durante a noite.
O quadro clínico é considerado
grave. Além de broncopneumonia,
ele tem hepatite C e, como consequência dela, sofre de uma cirrose.
O problema exige um transplante de fígado, mas os médicos descartam isso, pois a infecção pulmonar ainda arrisca sua vida.
João do Pulo foi internado pela
primeira vez, em 3 de abril, por
causa do problema hepático. Os
médicos, porém, não associam o
alcoolismo a seu quadro atual.
²
Surra
Nascido em uma família pobre
de Pindamonhangaba (140 km a
nordeste de São Paulo), João Carlos de Oliveira sofreu dois traumas
na infância: a morte da mãe e a tuberculose. Seu pai, um ferroviário,
casou-se novamente -a madrasta
teria o surrado várias vezes.
Ainda adolescente, começou no
atletismo, competindo no salto em
altura. Aos 18 anos, saltou pela primeira vez a prova em distância, e
seus desempenhos chamaram a
atenção de clubes, como o São
Paulo, onde foi treinar, aproveitando que tinha de fazer o serviço
militar na cidade. Em 1974, passou
a praticar no clube Pinheiros.
Sob o comando do treinador Pedro Camargo Toledo, conseguiu
chegar a seu grande feito, em 17 de
outubro de 1975, nos Jogos Pan-Americanos, quando superou o recorde mundial do salto triplo em
45 centímetros (17,89 m).
Com isso, atingiu a fama mundial. Mas seu desempenho olímpico se limitou a dois bronzes, em
Montreal-1976 e Moscou-1980.
No ano seguinte, sua carreira esportiva teve um fim abrupto: em
um acidente de carro na noite de
22 de dezembro, quando ia de
Campinas a São Paulo.
Ele sofreu 23 cirurgias (16 só na
perna), passou nove meses no hospital e acabou tendo de amputar
parte da perna direita.
Em 1986, partiu para a política,
elegendo-se deputado estadual,
conseguindo a reeleição em 1988.
Depois, vieram dois fracassos eleitorais, em 1994 e 1998.
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