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FUTEBOL
Depois de não marcar contra Canadá e Japão, seleção de Leão tenta vazar defesa francesa, a melhor da Copa-98
Reaprender a fazer gol é desafio do Brasil
DO ENVIADO A SEUL
Para devolver à França a derrota na final da Copa do Mundo de
98, que, segundo os jogadores
brasileiros, está engasgada em
suas gargantas, a seleção terá de
fazer algo que não conseguiu nos
dois últimos jogos da Copa das
Confederações: gols.
Em três partidas pela primeira
fase do torneio, o Brasil marcou
só dois gols, na estréia contra Camarões. Depois empatou em 0 a 0
com o Canadá e com o Japão.
A escassez de gols, uma marca
da seleção brasileira na gestão do
técnico Emerson Leão, tem incomodado e deixado ansiosos os
atacantes da equipe.
Eles sabem que a importância
do jogo contra a França aumenta
a pressão em torno deles -a seleção francesa sofreu apenas dois
gols em suas sete partidas na Copa de 98 e foi a melhor defesa do
último Mundial-, mas também
confiam que o final do jejum pode
ter efeito inverso.
"A responsabilidade está maior,
mas tenho na cabeça que, se fizer
o gol da vitória, posso entrar para
a história", analisa Leandro, que
ganhou uma vaga no time após o
corte de Ânderson por lesão e esteve apagado no único jogo em
que foi titular, contra o Canadá.
Washington, destaque nos dois
primeiros jogos do Brasil no Japão -contra o clube Verdy Tokyo e a seleção de Camarões-, nos
quais fez dois gols, não vê a hora
de balançar as redes.
O jogador da Ponte Preta, artilheiro do Campeonato Paulista e
da Copa do Brasil, não havia tido
ainda este ano uma sequência de
duas partidas sem marcar.
"A gente está ansioso para que
aconteça logo a partida", disse o
jogador, que se esforça para manter a tranquilidade.
"O pessoal fala da falta de gols, a
pressão é grande. Mas se eu pensar nisso, me afobar ou me desesperar, será pior. Na hora certa o
gol vai sair", disse Washington.
O mais ansioso de todos, entretanto, é Magno Alves.
Único reserva do ataque desde o
corte de Ânderson, ele tem assistido do banco de reservas os seus
colegas desperdiçarem várias
chances de gol. Por isso, alimenta
a esperança de ser titular na partida de hoje ou de, pelo menos, entrar no decorrer do jogo e decidir
para a seleção brasileira.
"Como o Leandro teve a chance
dele, quem sabe eu não tenho a
minha", questionou Magno Alves, antes de cutucar os colegas.
""As finalizações estão indo mais
para fora do que no gol. Os goleiros adversários quase não fazem
defesas. Não é questão de azar ou
sorte. O que está faltando é finalizar bem", disse o atacante.
O jogador do Fluminense também reclamou da falta de tempo
para mostrar serviço.
"Pego o jogo já corrido. Quando
entro, já está no final."
Além de mostrarem uma penca
de fragilidades da seleção, os 0 a 0
com Canadá e Japão diminuíram
a péssima média de gols do Brasil
na gestão de Emerson Leão.
Desde que o técnico assumiu o
cargo, em outubro do ano passado, a seleção fez nove gols em oito
partidas contra seleções, média de
1,1 gol por partida.
Na gestão de Wanderley Luxemburgo, de 98 a 2000, quando a
seleção viveu alguns dos maiores
vexames de sua história, a média
de gols foi de 2,67 por jogo.
Apesar do evidente problema,
Leão tem preferido exaltar a "invencibilidade" do Brasil na Copa
das Confederações e o fato de a
defesa ainda não ter sido vazada.
"Tecnicamente, os brasileiros
ainda são superiores a todos. A
valorização da defesa é um pouco
decepcionante para o Brasil, mas
é uma tendência mundial", disse
o volante francês Vieira.
Mais eficiente do torneio ao lado da japonesa, a zaga da seleção
enfrentará hoje o melhor ataque
da competição, com nove gols
-a França goleou a Coréia por 5
a 0 e o México por 4 a 0 e perdeu
da Austrália por 1 a 0.
Embora a França tenha marcado nove gols em três jogos, vem
atuando na Copa das Confederações com apenas um atacante nato, Anelka. O seu colega de setor,
Wiltord, é na verdade um meia
ofensivo que arma jogadas -mas
que também vai ao ataque concluir.
(FÁBIO VICTOR)
NA TV - Globo e Sportv, ao
vivo, às 8h (de Brasília)
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