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AÇÃO
Vertical sem limite
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Nas últimas semanas, andei associando a grana
com o desempenho de alguns
atletas aqui na coluna.
Numa delas, falei de uma categoria de surfistas, os big riders,
que apesar de integrar a elite do
esporte, é pouco valorizada pelos patrocinadores.
Dizia que o Big Trip, de certa
forma, resgatava um pouco desse descrédito, oferecendo R$ 30
mil para o surfista que pegasse a
maior onda.
Na semana passada, destaquei outro grupo de surfistas
nacionais, os competidores do
circuito Super Surf, cuja dedicação à uma prova paralela -e
de baixa premiação- me chamou a atenção.
Em ambos os casos, fica evidente que o dinheiro não é o fator determinante para a motivação desses atletas.
Os surfistas de ondas grandes
já se arriscavam e vão continuar
a fazê-lo independentemente do
prêmio.
Seguramente não foram os R$
200 destinados a cada um dos
quatro integrantes da equipe
vencedora o que levou alguns
dos melhores surfistas do Brasil
e do mundo a competir no Tag
Team na etapa do Ceará.
Mesmo sendo profissionais,
trabalho e prazer se confundem,
aliás, como idealmente deveria
ser para todo mundo -para esses atletas, o prazer predomina.
Para os skatistas, o próximo final de semana vai ser uma ótima oportunidade de testar essa
teoria. De um lado, um dos melhores half pipes do planeta; de
outro, a maior premiação já oferecida em um campeonato no
país; compondo a receita, os melhores competidores.
O Red Bull Skate Pro vai reunir no parque da Independência, em frente ao Museu do Ipiranga, 30 skatistas de vertical,
disputando US$ 30 mil, sendo
US$ 11 mil para o primeiro colocado. Uma triagem com 30 atletas no sábado de manhã irá selecionar 15 skatistas, que se juntarão a 15 convidados, para a
competição principal.
Entre os nomes escolhidos para a prova estão vários brasileiros entre os melhores do mundo:
Bob Burnquist, Cristiano Mateus, Lincoln Ueda, Digo Menezes, Sandro Dias e Marcelo Kosake. Entre os skatistas estrangeiros, destaque para os norte-americanos Omar Hassan e Sergei Ventura e para os europeus
Ali Cairns e Mathias Ringstron,
entre outros.
O half pipe Kingsize tem 15 m
de extensão, 4 m de altura e tem
uma transição curta, o que aumenta a velocidade e a possibilidade de manobras aéreas.
Construída com a consultoria
de Burnquist, a pista -considerada a melhor transportável do
mundo- pesa oito toneladas e
veio da Áustria.
O melhor: vai ficar no Brasil
após a prova.
A programação inclui uma
prova à parte pelo melhor aéreo,
com US$ 500 de prêmio, outra
pela melhor manobra, além de
shows de hip hop nos intervalos,
com encerramento no domingo
à tarde com a banda O Rappa.
O evento será transmitido ao
vivo pela Sportv, mas vale a pena conferir in loco.
O cenário do parque da Independência, um dos berços do
skate nacional, contribui.
Tranquilamente todos os
competidores, os finalistas e os
convidados passariam o fim de
semana andando no Kingsize,
independentemente do Red Bull
Skate Pro.
Mas, sem dúvida, as 300 verdinhas de Abraham Lincoln vão
contribuir para puxar os limites.
Everest
Encerrada a temporada, cem alpinistas chegaram ao cume, e
quatro morreram tentando. Um índice muito melhor do que há
poucos anos. Erik Weihenmayer foi o primeiro cego, Sherman
Bull, 64, o mais velho, Temba Sheri, 14, o mais novo, e Marco
Siffredi, o primeiro a descer de snowboard.
Surfe acadêmico
No formato Tag Team -equipes com cinco surfistas de diferentes categorias-, 16 escolinhas do litoral paulista disputam
no domingo no Tombo, Guarujá, o Quiksilver Surf School.
Super trials
Após quatro etapas, faltando outras quatro, nenhum surfista
garantiu ainda a participação no Super Surf 2002. Na última
etapa em Florianópolis (SC), competiram 184 atletas (recorde),
entre eles muitos nomes novos.
E-mail: sarli@revistatrip.com.br
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