RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A SAITAMA

Lembra daquele time imbatível do Brasil que passou imune por todo mundo nas Copas de 1958 e 1962? Pois uma seleção quase tão imbatível quanto aquela pode ser consagrada na manhã deste sábado, às 6h, em Ibaraki, no Japão.
A Itália está invicta há 12 partidas em Copas do Mundo. Sua última derrota aconteceu em sua estréia em 1994 -0 a 1 para a Irlanda. Se a "Squadra Azzurra" não perder da Croácia, igualará a maior sequência invicta da história dos Mundiais, obtida pelo Brasil entre 1958 e 1966 (13 jogos).
Vencer a Itália em Copas está difícil. Nos últimos 16 anos, só uma vez ela foi batida -ninguém perdeu tão pouco no período. Saiu nas últimas três edições do torneio só na disputa de pênaltis, sendo que não perdeu dos campeões Brasil (94) e França (98).
Não é segredo para ninguém que a defesa italiana é a grande responsável por essa longa invencibilidade em Copas. Em 1990, o goleiro Zenga só foi vencido na semifinal. Agora, a Itália já acumula 300 minutos sem levar gol no Mundial -210 minutos em 98 e mais 90 minutos neste ano.
O jogo contra os croatas pintava como o duelo das melhores defesas da Europa -nas eliminatórias, os italianos levaram só três gols, e os croatas, apenas dois.
Mas o zagueiro Tudor se contundiu antes da Copa e desfalca agora a retaguarda da Croácia.
""Posso dizer que perdemos 20% da nossa força sem ele", disse Mirko Jozic, técnico croata -na estréia, o time, terceiro colocado em 1998, caiu diante do México.
Giovanni Trapattoni, o treinador italiano, não quis escalar juntos desde o início Totti, Vieri e Del Piero e reforçou a marcação. Apesar disso, procura dizer que sua equipe não é só poderosa atrás.
""Poucos times no mundo contam com uma dupla de frente [Totti e Vieri" como a minha. Eles são fantasia e força, complementam um ao outro", disse.
Trapattoni testou nos últimos dias Vieri e Inzaghi na frente e deixou Totti como meia de ligação, como ele normalmente atua em sua equipe, a Roma.
Uma vitória contra a Croácia praticamente classifica a Azzurra para as oitavas-de-final -bastaria o México não perder do Equador para a vaga ser consumada.
Mas os italianos mostram respeito pelos croatas. ""A Croácia é um time muito, muito experiente", disse o zagueiro Cannavaro. De fato, cinco titulares croatas têm 30 anos ou mais.
O jogador mais experiente da Itália é Maldini, 33, defensor que pode superar Matthaus em número de jogos disputados em Mundiais -ele já realizou 20 partidas e com mais cinco já iguala o alemão. Dos 20 jogos de Copa que fez, Maldini perdeu só um.