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JOSÉ ROBERTO TORERO
Trocadilhar ou não, eis a questão
Há quem diga que o trocadilho é a forma mais
baixa de humor. Discordo. Acho que ele pode ser um
sofisticado recurso de linguagem. Shakespeare, por exemplo,
era um craque no assunto.
O trocadilho concentra mais
de um sentido numa só palavra,
e essa sobreposição de significados, segundo disse Freud no livro "O chiste", é o princípio do
mecanismo do humor.
Bem, agora que já pareço
mais inteligente do que sou (desejo, aliás, de todos nós), posso
apresentar a curiosa ""Seleção
Trocadilho" enviada pelo leitor
Rafael Portugal. Vamos a ela:
O goleiro seria Toldo, da Itália (que, faça chuva ou faça sol,
nunca deixa de proteger o arco). O trio defensivo teria o
equatoriano Poroso (que às vezes deixa buracos na zaga), o
costarriquenho Madrigal (que
joga por música) e o argentino
Cavallero (que segura as rédeas
lá atrás).
Para as alas, chamaria Tchato, de Camarões (que nunca
larga o adversário), e Torrado,
do México (um tanto esquentado, mas famoso por seus chutes
à queima-roupa). À frente da
zaga viria o paraguaio Paredes
(uma muralha), e os armadores
seriam Fadiga, do Senegal (que
cansa o time adversário), e o
português Figo (que dá passes
açucarados aos atacantes).
O ataque teria o germânico
Klose (mais rápido que um
flash) e o equatoriano Delgado
(que joga o fino). Por fim, o técnico seria o sul-africano Jomo
Sono, nome que tão bem combina com esta Copa.
torero@uol.com.br
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