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MOTOR
Mercado aberto
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
O aclamado novo regulamento pela primeira vez no
ano sucumbiu à velha guerra de
pneus. Até então, as duas maiores
opções do campeonato haviam
trabalhado em conjunto. Dessa
vez, não. O resultado foi estranho,
surpreendente, mas sem emoção.
Mônaco pelo menos ressuscitou
Montoya e, mais importante, a
Williams, cobrada publicamente
pela BMW. Manteve Raikkonen
na liderança e Schumacher apenas como o concorrente mais próximo. Barrichello sumiu. A Renault voltou para o segundo plano. Assim foi o domingo.
Mas o que o principado não
proporcionou na pista, o fez fora
dela, com uma série de comentários, falatórios e boatos. O alemão, por exemplo, foi aposentado, renovado pela Ferrari e cooptado para correr ao lado do irmão
de viva voz por Frank Williams.
Massa virou companheiro de
Schumacher, de Montoya e até a
principal aposta de futuro da Ferrari. Barrichello, desanimado, foi
parar na satélite Sauber.
De tudo isso, sobrou pouca coisa. Mas o que sobrou é importante. Willi Weber disse que Schumacher responde só em Monza sobre
seu futuro na F-1. Sendo o pentacampeão a referência do mercado, é de se esperar que até lá a fofoca ferva sem dó nem piedade.
O prazo é significativo. Deixa
qualquer espécie de decisão para
o momento em que o campeonato
estará mais definido. Dizem que
Schumacher pode anunciar sua
aposentadoria se estiver perto de
ser hexacampeão. Dizem o inverso também. A verdade é que ninguém sabe nada. Nem vai saber.
O interessante desse prematuro
espasmo de mercado é que ocorre
em uma temporada de poucas
certezas. Faz tempo que a F-1 não
chega à metade de um campeonato sem ter idéia do que vai
acontecer no segundo semestre.
Raikkonen, por exemplo, está
para perder a liderança desde o
advento da Ferrari GA, mas insiste em ficar à frente do alemão.
Pior, dois bons resultados levam
qualquer dos membros do segundo pelotão (formado até aqui por
Alonso, Barrichello, Coulthard,
Montoya e Ralf) para a briga.
E, se o novo carro da McLaren
ainda não promete muita coisa,
assim como as aguardadas e necessárias correções nos Williams,
pelo menos existe a Michelin para
equilibrar a disputa, exatamente
como aconteceu no último GP.
Ou seja, sem falar nas subtramas -a disputa é boa também
no terceiro pelotão, formado por
BAR, Jordan, Sauber e Mark
Webber (o piloto é maior que o time, neste momento)-, o enredo
da novela é tão complicado que o
mercado vai esperar sentado por
Schumacher, quem sabe, pelo resultado do próprio campeonato.
Pior, não bastasse, ainda existe
a disputa entre Ecclestone e as
montadoras, que tem tudo para
congelar negociações em todos os
níveis do Mundial. Afinal, apenas
no ano que vem, quando precisam assinar um termo de compromisso para renovar o Pacto de Concórdia, os times saberão se
vão correr ou não em uma categoria única a partir de 2008.
Prepare-se então o leitor. Até o
final do ano (ou além) será fumaça e mais fumaça. E, como sempre, um fogo ali, outro aqui.
Bruxa
Acidentes graves marcam a atual temporada, que já produziu até um
morto, no MotoGP. Na Nascar, após semanas em coma, Jerry Nadeau encara delicado processo de reabilitação. Numericamente, a a
IRL, agora anabolizada, coleciona mais vítimas. Mas nem a pretensamente segura F-1 tem escapado da sina. E vem mais por aí.
Choque
Na classificação para a prova noturna do Texas, a Chevrolet, fabricante histórica da IRL, ficou com os últimos seis postos do grid. No
campeonato, Honda e Toyota empurram os 11 primeiros da tabela. O
sonho de uma categoria essencialmente americana, desculpa de
Tony George para criar a liga nos anos 90, foi para o espaço. Dinheiro
não move montanhas, mas consegue comprá-las para loteamentos.
E-mail mariante@uol.com.br
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