São Paulo, domingo, 7 de junho de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

F-1
Rivalidade entre as favoritas à conquista da Copa do Mundo provocará desavenças em equipes como a Ferrari
GP do Canadá inaugura clima de Copa na F-1

RODRIGO FRANÇA
da Reportagem Local

Além de definir melhor como será a briga do campeonato de pilotos - uma nova vitória de Mika Hakkinen asseguraria, no mínimo, 21 pontos de vantagem sobre o segundo colocado - o GP do Canadá marca a chegada definitiva do "clima de Copa" na F-1.
A categoria acompanha o futebol com muito interesse e bom humor. Não poderia ser diferente num ambiente lotado de torcedores dos principais favoritos à conquista da Copa do Mundo: alemães, ingleses, franceses, italianos, brasileiros e argentinos.
A rixa entre as nações atinge até mesmo sólidas uniões nas pistas. Um bom exemplo acontecerá na estréia da Copa, quando se enfrentarão o Brasil de Rubens Barrichello e a Escócia de Jackie Stewart, dono da equipe de Rubinho.
Outra desavença nas pistas acontecerá na Ferrari. Afinal, a maioria italiana da equipe torcerá contra o time daquele que é a principal esperança de vitória da Ferrari na F-1: o alemão Michael Schumacher.
Outro piloto que estará cercado de "inimigos" italianos é o argentino Esteban Tuero, da Minardi. Já na francesa Prost, a situação se inverte: poucos integrantes da equipe torcerão para a Itália do piloto Jarno Trulli.
Vitórias de Senna
Fatos curiosos da história da F-1 têm ligação direta com a Copa do Mundo. Um dos casos, por exemplo, envolve o ex-tricampeão mundial Ayrton Senna.
A eliminação da seleção brasileira na Copa de 86 nas quartas-de-final (empatou em 1 a 1 com a França no tempo normal e perdeu nos pênaltis) foi responsável pela criação de uma das marcas registradas de Senna: carregar a bandeira nacional após cruzar a linha de chegada.
O piloto "inventou" este gesto depois de vencer o GP de Detroit (EUA) daquele ano, realizado horas depois da eliminação do Brasil.
Senna disse na época que queria "levantar a moral" do povo brasileiro. Ele próprio era alvo de gozação dos mecânicos e engenheiros - a maioria franceses, já que Senna pilotava a Lotus, com motor Renault e combustível Elf.
Na Copa de 94, a gozação atingiu a pintura dos carros. Eddie Jordan colocou em seus carros o placar "Ireland 1 X 0 Italy" para comemorar a vitória da seleção de sua pátria sobre os italianos.
O troco veio no GP seguinte. Com a eliminação da Irlanda nas oitavas-de-final, o italiano Giancarlo Minardi respondeu com a inscrição "Italy: In, Ireland: Out" (Itália: dentro, Irlanda, fora) em seus carros.
Barrichello finalizou a brincadeira com a inscrição "Brazil World Champion Again" em sua Jordan, no GP da Alemanha.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.