São Paulo, Segunda-feira, 07 de Junho de 1999
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FUTEBOL
Treinador fica irritado com desatenção tática da equipe no empate com a Holanda, anteontem, em Salvador
Luxemburgo pede engajamento à seleção

ALEXANDRE GIMENEZ
enviado especial a Goiânia

Mais "envolvimento" com as determinações táticas. É dessa maneira que o técnico Wanderley Luxemburgo, da seleção brasileira, espera evitar novos lapsos que possam tirar vitórias da equipe, como aconteceu no sábado, em Salvador, contra a Holanda.
Depois de terminar o primeiro tempo da partida vencendo por 2 a 0, a equipe brasileira cedeu o empate na segunda etapa. E esteve muito próxima de perder.
"Quero meus atletas mais envolvidos com a parte tática das partidas", afirmou o treinador.
Brasil e Holanda voltam a jogar amanhã, às 16h, no estádio Serra Dourada, em Goiânia.
Luxemburgo referiu-se à mudança efetuada pelo técnico holandês Frank Rijkaard no intervalo da partida. No primeiro tempo, a Holanda concentrou as suas jogadas ofensivas pelo meio. Na segunda etapa, Rijkaard abriu um jogador para cada extremidade do campo, inibindo o apoio dos laterais brasileiros e confundindo a marcação.
"O atleta precisa saber como funciona o time adversário. Você não pode ser surpreendido com mudanças táticas durante o jogo, ainda mais uma alteração que havia sido simulada em nossos treinos."
Para tentar corrigir as falhas, Luxemburgo vai fazer seus jogadores assistirem o vídeo da partida.
Levantamento do Datafolha mostra a queda da performance da seleção brasileira no segundo tempo do jogo contra a Holanda.
Na segunda etapa, os holandeses finalizaram dez vezes a gol, contra seis dos brasileiros. No primeiro tempo, a seleção teve uma performance melhor nesse quesito: dez chutes, contra cinco do rival.
A Holanda passou 14min29s articulando jogadas em seu campo de ataque. A seleção brasileira jogou apenas 11min57s no território rival. No total, a Holanda teve a posse de bola por 30min43s, contra 26min46s do time de Luxemburgo.
A Holanda também foi mais dura nas faltas. No total, cometeu 30 infrações (15 em cada tempo), contra 11 dos brasileiros (apenas três na segunda etapa).
"Nós aceitamos a marcação da Holanda. Com isso, eles começaram a jogar em nosso campo de defesa, facilitando a marcação dos gols", afirmou o treinador.
Luxemburgo afirmou não estar preocupado com o baixo interesse da população de Goiânia no amistoso da seleção. Por causa do aumento no preço dos ingressos, foram poucas as entradas vendidas antecipadamente. "Se o jogo Brasil x Holanda não tiver um grande apelo, não sei que partida terá."
Dos 90 mil bilhetes disponíveis para o jogo de anteontem na Fonte Nova, em Salvador, apenas cerca de 35 mil foram vendidos.
Isso significa que a FBF (Federação Bahiana de Futebol) irá arcar com mais um prejuízo com a seleção. Em 1997, a entidade teve um débito de R$ 500 mil com um amistoso contra o Equador, que ainda não foi totalmente quitado.
A FBF havia estimado os custos de organização do jogo em US$ 1 milhão -que só seria coberto com a venda de todos os ingressos.


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