São Paulo, sexta-feira, 07 de julho de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Boicote e suborno rondam a votação

DO ENVIADO A ZURIQUE

O resultado da votação gerou plano para um boicote africano à Fifa e suspeitas de suborno.
O camaronês Roger Milla personificou ontem, em Zurique, a derrota de seu continente. Irritado, descontrolado até, o ex-jogador chegou a propor um boicote de toda a África às competições organizadas pela Fifa.
"Tentar convencer a Fifa de que somos capazes de fazer algo decente é um esforço inútil. Toda a África deveria agora mostrar sua cólera e boicotar as eliminatórias", disse Milla, eleito o melhor jogador africano do século.
Na entrevista coletiva organizada logo após o anúncio, Milla chegou a ficar com o braço levantado durante boa parte do tempo. Nenhum dos quatro microfones em que eram feitas as perguntas, no entanto, chegou às suas mãos.
Irvin Khosa, coordenador da candidatura sul-africana, pediu uma investigação sobre a atitude do representante da Oceania.
"A questão é: como alguém se julga apto a votar nos dois primeiros turnos e depois, na hora da escolha final, simplesmente decide não votar?", indagou Khosa. "Ele poderia ter desistido a qualquer momento, mas nunca na última rodada. O princípio do jogo limpo foi abalado aqui."
Para Khosa, o parlamento da Nova Zelândia deveria investigar Charles Dempsey, a exemplo do que os EUA fizeram com os casos de suborno na campanha para os Jogos de Salt Lake City.
Outro membro do Comitê Executivo da Fifa, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, disse à inglesa BBC que recebeu proposta de suborno. Um envelope com a oferta teria sido colocado no quarto de seu hotel por baixo da porta. Warner disse que outros delegados receberam a oferta, feita por simpatizantes da candidatura alemã.
A decepção africana tem razão de ser. A África do Sul esteve sempre como a favorita. Nomes importantes do futebol mundial, como Blatter, seu antecessor, João Havelange, e Pelé estavam entre seus cabos eleitorais.
Ngconde Balfour, ministro dos Esportes da África do Sul, descartou qualquer reação contra a Fifa. "Sabemos que em poucos dias voltaremos a sorrir." (FSX)


Com a Reportagem Local


Texto Anterior: Agora só falta evitar vexame em campo
Próximo Texto: Blatter nega derrota para a Uefa
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.