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OUTDOORS
Ferramenta essencial num rali humano, a proteção dos pés pode determinar o fim de uma corrida
Bom é meia fina
VANER VENDRAMINI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Hoje começa mais uma prova
do Circuito Brasileiro de corrida
de aventura, competição de resistência, organização, logística e
preparação, principalmente no
quesito equipamento.
E nesse ponto, segundo o organizador da EMA (Expedição Mata
Atlântica), o paulista Alexandre
Freitas, a proteção dos pés para
aguentar o tranco tem um componente fundamental: meias finas, como aquelas que acompanham o conjunto terno e gravata.
Além das meias finas, que, segundo Freitas, seriam ideais para
evitar o atrito entre a areia e os pés
do corredor, vaselina ou pomada
Hipoglós também têm sua aplicação para evitar as bolhas.
"A sugestão é combinar uma
meia fina com uma grossa por fora. A meia fina impede a passagem de areia, que, depois de algumas horas de caminhada, pode
ser determinante para aparecimento de bolhas", ressaltou Freitas logo nos primeiros minutos de
exposição do bê-á-bá do corredor
de aventura durante a terceira
edição do EMA Escola, curso de
um dia ministrado na região de
Juquitiba, a 70 km ao sul de São
Paulo, no sábado passado.
Como exemplo, Freitas citou o
neozelandês John Howard, "o
melhor corredor do mundo".
""No último Eco-Challenge [a
mais dura corrida de aventura do
mundo", em Bornéo [Indonésia",
ele teve que abandonar a prova
por causa de bolhas nos pés no
momento em que preparava o
bote para assumir a liderança da
competição", afirmou.
Segundo Freitas, apesar de ter o
condicionamento físico como base, com o passar do tempo houve
um nivelamento na preparação
dos atletas das corridas de aventura, e a criatividade na construção
de meios de economia de tempo e
de otimização no uso dos recursos de energia disponíveis passou
a diferenciar as equipes.
Hoje, as principais cartadas estão nas técnicas que aprimoram
as transições (pontos da corrida
onde a equipe modifica algo de
importante, como, por exemplo,
o meio de transporte), que diminuem o peso transportado durante a prova e até que minimizam o
atraso para se alimentar.
Levar o que se gosta de comer,
então, pode parecer supérfluo,
mas também é uma recomendação. "Você tem que se alimentar
durante toda a prova, e o importante é levar coisas que você gosta", afirma Freitas.
De acordo com outros corredores, tanto experientes como amadores, a hidratação e a alimentação são fundamentais para
aguentar os períodos de dezenas
de horas acordado -a média de
sono das equipes de ponta é de
duas horas por dia.
Uma das técnicas é estabelecer
intervalos fixos -de até dez minutos- para se comer e beber.
Mesmo com a manutenção da
hidratação, entretanto, "as alucinações são normais em uma corrida de aventura, mas não é preciso ser um super-homem para
conseguir", completou Freitas.
E, pelo menos com os corredores que formaram a turma da última EMA Escola, a tarefa foi terminada com total sucesso.
Todos os participantes conseguiram completar o tranquilo
percurso de 20 km de trekking,
canoagem, rafting e orientação.
Já para esse final de semana, a
coisa não parece que será tão fácil.
A prova, segundo a própria organização, lembra a primeira edição
da EMA, em 98, pois será disputada na mesma região: no litoral
norte de São Paulo.
Com largada hoje em São Sebastião e chegada em Bertioga, na
segunda-feira, a competição terá
230 km e os seguintes esportes:
trekking (59 km), mountain bike
(106 km), canoagem em caiaques
infláveis (60 km), costeira (4 km)
e técnicas verticais, com um rapel
de 150 m e uma tirolesa cruzando
um vão com mais de 60 m.
E-mail outdoors@uol.com.br
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