São Paulo, sexta-feira, 07 de julho de 2006

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Insatisfeita, Fifa busca regras pró-gol

Presidente Blatter teme perda de entusiasmo em razão do baixo número de bolas nas redes na Copa da Alemanha

Média atual de 2,27 é a mais próxima da do Mundial-90, na Itália, quando o torneio teve sua menor produção ofensiva: 2,21 gols por jogo


Roberto Pfeil/Associated Press
Crianças "brigam' em evento promocional para ficar com a bola oficial da decisão do Mundial-06


DOS ENVIADOS A BERLIM

A escassez de gols na Copa da Alemanha faz a Fifa acenar com mudanças nas regras do futebol. O presidente da entidade, Joseph Blatter, disse ontem que criará um grupo de estudos para discutir alterações.
O suíço teme que a atual edição entre para a história como sendo a de menor média de gols. Até agora a marca é de 2,27 por partida, próxima à de 1990, que registrou a mais baixa marca: 2,21 em cada confronto.
A preocupação de Blatter está relacionada ao dinheiro que o esporte gera. "O futebol não foi ruim, mas não aconteceu um número suficiente de gols. E, quando os gols são muito poucos, o público não se entusiasma", disse ele. Em outras palavras, ele tem medo de ver uma diminuição de telespectadores e de público nos estádios.
Blatter afirmou que irá organizar um simpósio com treinadores dos 32 países que estiveram na Alemanha, árbitros, médicos e o grupo de estudos técnicos do Mundial.
Apesar de falar em mexer nas regras, dificilmente a Fifa fará alterações profundas. A entidade se orgulha de mudar pouco as normas do jogo, diferentemente de outros esportes que passaram por sensíveis transformações, como o vôlei.
Uma das possibilidades é alguma nova alteração no impedimento. Mudanças nas medidas do gramado, como deixá-lo maior para ampliar os espaços, sofrem resistência na Fifa.
Dirigentes como João Havelange, presidente de honra da entidade, alegam que muitos estádios teriam de passar por obras para aumentar os seus campos. Os gastos são um obstáculo para a idéia.
Reduzir o número de jogadores no gramado também não agrada ao presidente da Fifa. Ele descarta essa possibilidade.
"Se a partida for aberta, tem espaço para 11 jogadores de cada lado. Mas, com 11 defensores em campo, não", disse o suíço.
O ex-jogador Franz Beckenbauer, presidente do Comitê Organizador da Copa, também queixa-se da escassez de gols. "Mas acho que, mesmo assim, as partidas foram excitantes."
Ele afirmou que, logo depois do Mundial, conversá com membros da Fifa para discutir sugestões que visam aumentar o número de gols.0 (FÁBIO VICTOR E RICARDO PERRONE)

Com agências internacionais


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