São Paulo, sábado, 07 de julho de 2007

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RODRIGO BUENO

Revolución

Negociação para 1 mercado comum andino de jogadores pode levar a uma nova ordem no futebol da América do Sul

SE NA EFERVESCENTE política venezuelana a entrada definitiva do país-sede da Copa América no Mercosul gera dúvidas, nos bastidores esportivos cresce uma polêmica em torno de um mercado comum de jogadores no continente. Já há algum entendimentos para um bloco andino formado por atletas de Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.
A idéia é seguir o modelo europeu pós-Lei Bosman. Só para dar uma relembrada, uma causa ganha por um obscuro jogador belga no meio dos anos 90 permitiu a todos os jogadores da União Européia atuar em outro país do bloco sem ocupar vaga de estrangeiro. A versão sul-americana do caso, curiosamente, surgiu entre políticos, não entre atletas em busca de liberdade para trabalhar no exterior. Ao contrário, entidades que representam jogadores estão entre as que mais contestam o projeto, pois temem um prejuízo para o futebol local.
José Antonio García Belaúnde, chanceler peruano, foi quem lançou a idéia do mercado comum de jogadores na América do Sul. Contou logo com o apoio de alguns dirigentes de clubes do Peru, mas enfrentou resistência forte no Equador, onde dirigentes da federação nacional rechaçaram o projeto. Confiam no emergente futebol equatoriano e na economia ""dolarizada" do país, exceção hoje entre os países andinos que integrariam o bloco.
E o Mercosul? Hoje, é possível cruzar os países do grupo só com a carteira de identidade. Mas, esportivamente, o passaporte segue firme. A CBF ampliou em 2005 o limite de estrangeiros no país, passando de dois para três gringos por time. Os clubes brasileiros abriram mais as portas para mercados vizinhos, porém não houve avanço no sentido de acabar totalmente com as barreiras fronteiriças da bola.
Nesse ponto, o discurso de Hugo Chávez, polêmico presidente venezuelano, de que o Brasil estaria tão ou mais aberto para o mercado de outros continentes do que para o Uruguai, por exemplo, faz sentido. Chávez acha o Mercosul ainda uma mentira. Se a ""verdade" dele reinar no bloco, talvez o possível mercado andino de jogadores revolucione também o Sul.

DICTADURA
Pela atitude do Real Madrid de dispensar Fabio Capello e pela forma fria como Robinho se pronunciou na Venezuela sobre sua saída, ele deve ser mesmo muito duro. Mas vai ser bom lá longe.

HOLA
Era difícil imaginar ""Niño" Torres a vida toda no Atlético de Madri. Em um gigante que fala espanhol, o Liverpool de Rafa Benítez, deve ganhar títulos e prestígio.

ADIÓS Devido ao Pan, a coluna sairá por um tempo de cena. Depois, entro de férias e prolongo a ausência. Sendo assim, hasta luego!

rbueno@folhasp.com.br


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