RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Caiu ontem o primeiro técnico no Brasileiro-2001. Depois de 51 dias no comando do Cruzeiro, Paulo César Carpegiani, 52, foi demitido devido aos maus resultados obtidos e à pressão da torcida, que pediu sua cabeça depois da derrota de anteontem para o Atlético-PR, em casa, por 2 a 1.
Com Carpegiani, o Cruzeiro -que contratou cinco reforços para a temporada, entre eles Rincón e Edmundo- venceu apenas três dos 11 jogos disputados e não ganhava havia seis partidas.
Afirmando não ter clima para ficar na equipe, o técnico disse que a demissão foi consensual.
"Quem vai morrer não precisa ficar doente", declarou, dando a entender que preferiu sair antes de a situação ficar pior.
Menos de quatro horas depois de divulgar a dispensa do técnico, o Cruzeiro anunciou a contratação até o final do ano de Ivo Wortmann, 52, que estava no Coritiba desde outubro de 2000.
Wortmann levou o time paranaense às semifinais da Copa do Brasil e à final da Copa Sul-Minas, quando perdeu para o Cruzeiro.
Ele deve chegar hoje à capital mineira e já vai comandar a equipe amanhã, contra a Ponte Preta.
A diretoria do Coritiba espera anunciar hoje um substituto para Wortmann, que tinha contrato com o Coritiba até o fim do ano.
Os dirigentes da equipe paranaense admitiram que não tinham como impedir a saída.
"Era um bom negócio para o Ivo, e não podemos brecar a carreira dele", afirmou o superintendente do Coritiba, Carlos Zanetti.
Wortmann foi a segunda opção de substituição a Carpegiani. A primeira, Oswaldo de Oliveira, técnico do Fluminense, afirmou que não tinha como rescindir o contrato com o clube carioca.
Carpegiani, que substituiu o hoje técnico da seleção, Luiz Felipe Scolari, foi na época que chegou a Minas a terceira opção do Cruzeiro, que tentou antes contratar Marco Aurélio, da Ponte Preta, e Celso Roth, do Palmeiras.
Com o treinador, o Cruzeiro fracassou na Copa dos Campeões e está mal na Copa Mercosul e no Campeonato Brasileiro.
Carpegiani atribuiu a quatro fatores seu desempenho no comando do time mineiro: falta de entrosamento, desfalque de jogadores convocados pela seleção, algumas contratações que chegaram fora de forma e falta de confiança.
"O grupo atravessa um momento em que tenta achar sua identidade, e todo mundo dá as costas para a bola. Para sair dessa situação, muitas vezes, a troca é benéfica", declarou.
O técnico negou rumores de que os jogadores fizeram "corpo mole" para forçar sua saída e para demonstrar insatisfação com o salário que Rincón e Edmundo ganham, que seria bem maior do que o dos demais jogadores.
O Cruzeiro é o terceiro time consecutivo em que Carpegiani não tem um bom desempenho.
No Atlético-PR, foi demitido em março, menos de três meses depois de ser contratado. No Flamengo, o treinador ficou apenas três meses e meio, em 2000.
Para o Brasileiro, o Cruzeiro tenta mais dois reforços: o meia-atacante Marcelinho, do Corinthians, e o meia Alex, do Parma. A contratação do goleiro Rogério (São Paulo) não deve ocorrer.



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