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PAN E CIRCO
A bala perdida
JOSÉ ROBERTO TORERO
COLUNISTA DA FOLHA
A glória é um tiro para o alto. Faz barulho
no começo, mas desaparece
com o vento.
Ontem, o alvo das manchetes foi Hudson de Souza,
anteontem era a ginástica
artística, daqui a pouco será o iatismo, depois o vôlei,
o atletismo, o basquete e logo ninguém vai dar a mínima para as conquistas do
tiro, tão árduas quanto preciosas. É como se o tiro deles
tivesse saído pela culatra.
Se a glória é passageira
para todos, para esse pessoal ela é rápida como uma
bala. Rodrigo Bastos, Fábio
Coelho e Janice Teixeira
nunca serão lembrados como um Barrichello.
É triste, mas este fato é tiro e queda.
A glória é uma tirana injusta, e nem sempre as pessoas possuem tirocínio para
valorizar os que realmente
merecem. Uma coisa, porém, é certa: estas medalhas
que eles levam a tiracolo
são de tirar o chapéu.
O tempo vai passar, mas
as medalhas do tiro ninguém tira.
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