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Equipe coleciona fracassos em provas de velocidade e campo e vê conquista de medalhas nas de fundo e meio-fundo
"Quenianos" seguram a onda do atletismo
DA REPORTAGEM LOCAL
O desempenho da equipe brasileira nas provas de atletismo de
Santo Domingo mostra uma tendência: o Brasil virou uma espécie
de Quênia das Américas.
No Pan, os brasileiros, que nos
últimos anos se consagraram em
competições de velocidade e campo, conquistaram suas quatro
medalhas até agora em provas de
fundo e meio-fundo (mais de 800
m), searas do país africano.
As duas últimas foram obtidas
ontem nos 800 m, prova histórica
para o país -em 1984, Joaquim
Cruz ganhou o ouro olímpico.
Osmar Barbosa ficou com a prata
(1min45s64) e Fabiano Peçanha
com o bronze (1min46s39). A vitória foi do canadense Achraf Tadili, que marcou 1min45s05.
Para superar esse número de
conquistas nos eventos de velocidade, o Brasil precisará conseguir
cinco pódios em quatro provas -
revezamentos 4 x 100 m e 4 x 400
m, 200 m rasos e 100 m com barreiras. E ainda terá de ver nenhum
dos oito fundistas e meio-fundistas que entrarão nas pistas chegarem entre os três primeiros.
As perspectivas, no entanto,
apontam para um placar ainda
mais dilatado até o fim do Pan. O
país tem suas maiores chances de
medalhas nas provas de 1.500 m,
10.000 m e na maratona.
Os resultados deste ano contrastam com os de Winnipeg-1999. No evento canadense, sete
medalhas (três ouros) foram obtidas em provas de velocidade e três
(dois ouros) nas disputadas de
campo -saltos e arremessos. No
total, os brasileiros ganharam 16
medalhas, sendo sete de ouro.
Boa parte das estrelas daquela
campanha chegaram a este Pan
em decadência, longe da melhor
forma ou simplesmente decepcionaram. É o caso de Eronilde
Araújo, último nos 400 m com
barreiras, vencido ontem pelo herói dominicano Félix Sánchez.
Além de ficar fora do pódio,
Araújo perdeu sua hegemonia em
Pans, que durava 12 anos, e o recorde da prova, 48s23 -Sánchez
marcou 48s19. Edson Luciano,
prata em Sydney-2000, ficou apenas em quinto nos 100 m rasos.
Elisângela Adriano, ouro em
1999, amargou a quinta colocação
no arremesso de disco. Já Claudinei Quirino, medalhista no 4 x 100
m na Olimpíada, estréia hoje após
preparação afetada por lesões.
Outros atletas, tidos como medalhistas certos antes do Pan,
nem chegaram a embarcar. É o
caso de Maurren Maggi, que, flagrada em um exame antidoping,
ficou fora do salto em distância.
Mesclados aos veteranos, o Brasil levou à República Dominicana
promessas que precisavam ser
testadas. E, entre os novatos, até
agora, os que escolheram provas
de velocidade não se deram bem.
Nos 100 m rasos, Jarbas Mascarenhas, 22, ficou apenas em sexto
lugar. Já nos 1.500 m, Fabiano Peçanha, 21, conquistou o bronze.
O atleta chegou ao seu primeiro
Pan treinado pelo pai, Jarbas, em
uma pista de brita. Quando chove, não pode correr. Mas, mesmo
assim, não pensa em mudar seus
hábitos. "Se estou bem assim, por
que mudar?", indaga ele.
O principal herói brasileiro em
Santo Domingo também se consagrou em uma prova de fundo.
Hudson de Souza ganhou o único
ouro do país nos 5.000 m. Sua especialidade é a prova dos 1.500 m.
Colaboraram os enviados
a Santo Domingo
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