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OLIMPÍADA
Banco encerra parceria com campeões juvenis, evita novos acordos e reavalia status de tenistas em ano ruim
BB corta no vôlei de praia e espreita tênis
DA REPORTAGEM LOCAL
Às vésperas do Mundial juvenil
de vôlei de praia, no Rio de Janeiro, eles viram a fonte secar.
Donos de quatro títulos e freqüentadores do pódio de todas as
quatro edições já realizadas do
evento, os filhos da ex-jogadora
Isabel ouviram do Banco do Brasil que o patrocínio acabara.
O contrato de Maria Clara, 22,
Carol, 18, e Pedro, 19, valia até este
mês e não foi renovado.
"Foi o banco que nos procurou
interessado no patrocínio. E justo
agora que temos um Mundial,
ainda mais no Brasil, eles encerram o acordo. Os atletas que temem perder seu contrato no fim
do ano estão melhor do que a gente, porque têm alguns meses para
se virar", afirma Isabel.
Seu diagnóstico é apenas um
exemplo do clima que se instalou
entre atletas que contam com auxílio do Banco do Brasil.
O acordo que rende à Confederação Brasileira de Vôlei cerca de
R$ 22 milhões vence só em 2008 e
deve ser cumprido. O esporte
-principalmente a seleção masculina- é o que tem a melhor
avaliação de retorno da estatal.
Nos últimos quatro anos, levou
praticamente todos os troféus que
buscou, foi campeão mundial e
bicampeão olímpico.
O temor, porém, está centrado
nos patrocínios individuais, como como os obtidos por Behar e
Shelda e Ricardo e Emanuel, todos do vôlei de praia, respectivamente prata e ouro em Atenas.
Segundo a Folha apurou, atletas
têm procurado a CBV apavorados com a possibilidade de não
contar com ajuda. Muitos dos
acordos acabam no fim de 2005.
Outros, que estavam em negociação, teriam feito água, como o
que bancaria a dupla das medalhistas olímpicas Virna e Sandra.
Quem respira aliviado é Robert
Scheidt, que já renovou contrato.
O controle do departamento de
marketing do BB, que passa por
devassa nas prestações de contas e
avaliação de retorno dos patrocínios, está nas mãos de Paulo Rogério Caffarelli, substituto interino de Henrique Pizzolatto. A estatal informou, por meio da assessoria, que o procedimento de encerrar contratos que não produziram efeito desejado é normal.
Isabel, contudo, diz que seus filhos não poderiam exibir retrospecto mais qualificado para fazer
a união com o banco prosperar.
Carol foi campeã em 2004 e
bronze em 2001 no Mundial juvenil. Medalhas repetidas por Maria
Clara em 2001 e 2002. Pedro levantou a taça em 2001 e 2003, foi
prata em 2002 e bronze no ano
passado. Anteontem, Maria Clara
e Carol terminaram em nono a
etapa da Áustria do circuito adulto ao baterem Ana Paula e Sandra.
"Eles são jovens e estão conseguindo bons resultados", relata.
Se atletas que freqüentam pódios de competições internacionais demonstram preocupação
com o futuro, a sensação é ainda
pior entre os que não conseguem
repetir o mesmo sucesso de temporadas anteriores.
É o caso dos tenistas. Apesar de
não admitirem publicamente,
Maria Fernanda Alves, Flávio Saretta, Ricardo Mello e até Gustavo
Kuerten -nenhum integra a lista
dos 50 melhores do mundo-já
manifestaram apreensão sobre o
futuro de seus patrocínios.
"O banco está examinando todos os contratos. Estamos prontos para eventuais mudanças",
conta Luis Felipe Tavares, da Octagon Koch Tavares, que organiza
eventos em parceria com o BB
-incluindo o Torneio da Costa
do Sauípe.(GUILHERME ROSEGUINI E MARIANA LAJOLO)
Colaborou Régis Andaku, colunista da Folha
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