São Paulo, domingo, 07 de outubro de 2001 |
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FUTEBOL Acusado por torcida, Tuta faz único gol de vitória que mantém técnico palmeirense e tira de rival vaga entre os 8 "Boêmio" salva Roth e afunda São Paulo
JOÃO CARLOS BOTELHO
Criticado e chamado de boêmio
por torcedores do Palmeiras, o
atacante Tuta salvou o emprego
do técnico Celso Roth ao marcar o
gol de seu time na vitória por 1 a 0
sobre o São Paulo, ontem à tarde,
no estádio do Morumbi.
O resultado afastou a crise do
Parque Antarctica e a empurrou
para os são-paulinos, que não estão mais entre os oito primeiros
do Brasileiro -caíram para o décimo lugar. O Palmeiras continua
na vice-liderança do torneio.
Foi a terceira derrota seguida da
equipe treinada por Nelsinho
Baptista, que completou quatro
jogos sem conseguir fazer gols.
"Estamos numa situação delicada e precisamos de tranquilidade
para sair dela", disse o técnico.
Para o Palmeiras, que não vencia havia cinco jogos, uma nova
derrota poderia fazer com que
Roth tivesse seu pedido de demissão negociado pelo clube.
A redenção de Tuta só não foi
completa porque o atacante se desentendeu com o zagueiro Jean e
foi expulso no final da partida.
Depois da derrota por 4 a 2 para
o Corinthians, na quarta-feira,
Tuta foi um dos principais alvos
da revolta da organizada Mancha
Alviverde, que o acusou de estar
junto com Lopes e Donizete bebendo uísque de madrugada em
um bar, na semana retrasada.
A partida de ontem foi repleta
de faltas e erros grosseiros dos jogadores dos dois clubes. Desde o
início, aconteceram lances violentos, agressões e discussões.
Com apenas 17 minutos do primeiro tempo, Galeano, Reginaldo
Araújo, Kaká e Lino já haviam recebido cartões amarelos.
As duas equipes tiveram dificuldade para armar jogadas por causa do excesso de faltas.
Ao Palmeiras, faltou rapidez no
meio-campo. Com a bola dominada, os comandados de Roth
não conseguiam se livrar de seus
marcadores. Pelas pontas, os laterais Daniel e Rovílson foram ineficientes no apoio ao ataque.
Diferentemente do adversário,
o São Paulo avançava com muita
velocidade ao ataque, após conseguir recuperar a posse de bola.
No entanto, como ocorrera contra o Santos, o time do técnico
Nelsinho foi atrapalhado pelos seguidos erros nas finalizações.
As duas equipes começaram o
segundo tempo com mais rapidez
e objetividade. Nos cinco primeiros minutos, tanto São Paulo como Palmeiras tiveram mais facilidade para atacar do que em toda a
primeira etapa da partida.
Ao mesmo tempo em que as
chances de gol aumentaram dos
dois lados, cresceram as falhas
dos atacantes nas conclusões.
Os palmeirenses se atrapalharam dentro da área adversária e
chegaram até a chutar a bola em
cima dos companheiros.
O São Paulo não conseguia um
aproveitamento melhor. A maioria de suas jogadas ofensivas terminou com passes errados.
O time de Nelsinho mais uma
vez sofreu para entrar na área adversária com a bola dominada.
Na tentativa de solucionar o
problema, Leonardo passou a
acionar Luis Fabiano, mas os lançamentos foram sem precisão.
A rapidez mostrada pelos times
no começo do segundo tempo
durou pouco, e as chances de gol
passaram a ficar escassas.
As faltas continuaram a acontecer com frequência, mas, na
maioria das vezes, as cobranças
foram desperdiçadas.
A sucessão de erros foi interrompida aos 30min, quando Pedrinho cobrou falta, e Tuta subiu
mais que a defesa do São Paulo
para fazer 1 a 0, de cabeça.
Nervosos, os são-paulinos não
corrigiram os seus erros na frente.
O ataque continuou sem objetividade, não criando grandes chances para conseguir o empate.
O time do Morumbi ainda correu o risco até o final do jogo de
ver o adversário ampliar sua vantagem nos contra-ataques.
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