São Paulo, domingo, 07 de outubro de 2007

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JUCA KFOURI

Morumbi com cheiro de goleada


Se o Corinthians vencer, não será a primeira vez. Mas, se o São Paulo golear, será ainda mais natural

NELSINHO BAPTISTA está na história do São Paulo não só pelo lateral-direito regularíssimo que vestiu a camisa tricolor por cinco temporadas, e com a qual foi campeão paulista em 1975, como também como técnico duas vezes do time do Morumbi.
Aí, no entanto, embora outra vez campeão estadual, em 1998, em decisão contra o Corinthians, aquela em que Raí jogou só a partida final, marcou mais pelo lado negativo.
Sob seu comando o São Paulo levou duas das maiores goleadas de sua vida - 7 a 1 do Vasco, no Campeonato Brasileiro de 2001, e 7 a 2 da Portuguesa, no Brasileirão de 1998. Pior que essas só uma do Botafogo, em 1940, 8 a 1.
Pois eis que Nelsinho volta hoje ao Morumbi, de onde saiu campeão brasileiro pelo Corinthians, em 1990, exatamente contra o São Paulo, e mais uma vez campeão paulista, em 1997, novamente em partida final contra o tricolor.
Hoje a possibilidade de se sair bem é remota, remotíssima, dessas coisas possíveis só porque o futebol é o futebol.
Na verdade, corre o risco de levar nova goleada, do estilo das que marcaram sua passagem e o levaram a ser demitido no São Paulo.
Porque, além da abissal diferença técnica entre os dois times, o líder vem mordido pela derrota no esfuziante Maracanã na quinta-feira, disposto a fazer o Corinthians pagar pelo que não fez.
Se a perda da invencibilidade de 16 partidas do São Paulo tem explicação também pelas ausências de Miranda, seu melhor zagueiro, de Souza, que Jadílson não soube substituir à altura, e, principalmente, do menino Hernanes, é inegável que o Flamengo foi superior.
O que deveria ser suficiente para alimentar a esperança corintiana, porque também o rubro-negro é muito inferior ao São Paulo, além de clássico ser clássico e vice-versa, para ficar no chavão.
Só que o Flamengo é muito melhor do que o Corinthians.
Empata no goleiro, tem dois laterais incomparavelmente superiores, uma zaga mais competente, meio-de-campo mais ágil e criativo e atacantes que dão trabalho.
O que restou do Corinthians pós-terremoto MSI se resume a Felipe, como ficou demonstrado diante do Fluminense mais uma vez, e, sem dúvida, à dedicação que o time revela, com todos os seus limites.
O alento, é claro, pode ser buscado no fato de que não era muito diferente a situação antes do jogo contra o Santos e deu no que deu.
Mas, naquele dia, o Santos entrou de salto alto, coisa que o São Paulo não fará de jeito algum, até porque não pode admitir a hipótese de duas derrotas seguidas.
Há cheiro de goleada no ar.

Leitores, torcedores...
Alguém dirá que a previsão acima revela mais receio de torcedor do que frieza isenta de análise. Outros dirão que é pura vontade de secar.
Cada um, leitor e torcedor, tem lá motivos para achar o que quiser.
Este jornalista, e torcedor, não tem a mínima dúvida de que se trata de mera constatação.
Não nega, contudo, que voltará com enorme satisfação amanhã se, ao contrário, constatar que errou mais uma previsão.

blogdojuca@uol.com.br


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