São Paulo, quarta, 7 de outubro de 1998

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FUTEBOL
Sem conquistar um título internacional desde 1969, time paulista recebe Rosario Central, da Argentina, hoje
Santos inicia decisão da Conmebol

Rogério Soares - 2.out.98/Folha Imagem
O atacante Viola, que participa da primeira partida da decisão da Conmebol, hoje, contra o Rosario Central, descansa durante intervalo de treino


FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos

O técnico Emerson Leão aponta o desempenho do árbitro uruguaio Jose Luis da Rosa como fator decisivo para que não ocorra violência na partida de hoje à noite entre Santos e Rosario Central.
O jogo é o primeiro dos dois que decidirão o título da Copa Conmebol. A outra partida acontecerá em Rosario (Argentina), no dia 21.
Torneio entre clubes, a Copa Conmebol pode ser considerada a versão sul-americana da Copa da Uefa (Europa). Reúne clubes da América do Sul que não conquistaram o campeonato de seus países mas que obtiveram boas colocações nessas competições.
Segundo o Departamento de Estatística do Santos, a Conmebol-98 é 66ª competição internacional da história do clube. Nas 65 anteriores, o Santos ganhou 32.
A última vez em que o clube foi campeão de um torneio internacional foi em 1969, quando conquistou o título da Recopa Mundial, após vencer a Internazionale por 1 a 0, na Itália.
Em 97, quando ainda dirigia o Atlético-MG, Leão viveu experiência traumática ao decidir a Conmebol na Argentina, contra o Lanús.
O time mineiro foi o campeão, mas o treinador, agredido no rosto ao tentar apartar uma briga, teve de se submeter a cirurgias de correção facial para se recuperar.
O episódio ainda incomoda o técnico, a ponto de Leão ter reclamado ontem da presença de uma equipe de televisão argentina no centro de treinamento do Santos. "Se soubesse, não teria deixado entrar", afirmou o treinador.
No jogo de hoje, os santistas esperam enfrentar a tradicional "catimba" e eventuais provocações dos jogadores argentinos com o objetivo de irritar os brasileiros.
"Aquele que consegue desestabilizar o adversário leva vantagem. Devemos estar vacinados contra isso", disse Leão.
Para ele, os atletas têm "um certo limite", dentro do qual conseguem suportar a provocação sem revide. "Mas é preciso ser homem dentro do campo", declarou.
Segundo o treinador, se o juiz mantiver o controle da partida, neutralizará qualquer possibilidade de jogo violento.
"Não somos nós quem temos de nos preocupar com isso (a violência). Vai depender da conduta do árbitro", disse.
A expectativa de Leão e dos jogadores é de que os argentinos montem uma retranca, com o objetivo de explorar as pequenas dimensões da Vila Belmiro e um eventual nervosismo santista.
Se conseguir um empate na Vila Belmiro, o Rosario Central jogará em casa, na partida de volta, necessitando de uma vitória simples.
Dois empates levam a decisão para a cobrança de pênaltis.
Por isso, o Santos está se preparando para um jogo de paciência e para evitar ser surpreendido pelos contra-ataques adversários, arma usada pelo Rosario na semifinal, quando eliminou o Atlético-MG com uma vitória por 1 a 0 no Mineirão há duas semanas.
Segundo o goleiro Zetti, o time vai necessitar da colaboração da torcida para que a estratégia do adversário não se torne eficaz.
"Não importa o minuto em que vai sair o gol. Vamos precisar do calor da torcida, empurrando o time o tempo todo", afirmou.
O atacante Viola, mesmo gripado e com dores nas costas, treinou ontem e está escalado.
O treinador do Rosario, Edgardo Bauza, afirmou que a tática de seu time para conseguir um bom resultado é "roubar a bola para mantê-los (os jogadores santistas) longe de nossa meta".
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Com agências internacionais ²
NA TV - ESPN Brasil, ao vivo, às 20h30



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