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VÔLEI
Palmeiras, cujos atletas frequentam grupo de orações, e Suzano, que usa psicólogo, fazem hoje 1ª partida da decisão
Final do Paulista opõe religião e ciência
EDUARDO OHATA
GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL
De um lado, cânticos, leituras
bíblicas, testemunhos e orações.
Do outro, sessões de terapia, práticas de mentalização e técnicas
para aprimorar a concentração.
Esses foram os diferenciais nas
rotinas de treinamento dos atletas
do Palmeiras/Guarulhos e do Wizard/Suzano, que iniciam hoje, às
20h30, no Paulo Portela, em Suzano, a série melhor de três que define o Paulista masculino de vôlei.
A equipe da capital, que mantém parceria com a cidade de
Guarulhos há três anos e meio,
tem a religião como principal fator de motivação psicológica.
Os grupos de oração formados
por fiéis da igreja Nossa Senhora
do Rosário, na Pompéia, são frequentados por seis jogadores da
equipe -Talmo, Pascoal, Maurício, Alberto, Vitão e Fábio. Os
quatro últimos foram crismados
há duas semanas. As atividades
dos grupos de oração incluem
cânticos, orações e testemunhos.
"Nosso psicólogo é Deus", explica o levantador Talmo, cuja
mensagem em seu telefone celular menciona a "paz de Jesus".
"Antes, era muito temperamental. Se errava bola, me desesperava. Agora, quando erro, vou para
a próxima. Deus me consola."
O jogador aponta também benefícios extraquadra. "Em vez de
ir para as baladas e nos desgastar
depois dos jogos, ficamos no hotel
estudando a Bíblia", conclui o
atleta, que integrou a seleção na
conquista do ouro nos Jogos
Olímpicos de Barcelona-1992.
"Apesar de não haver vaidades
na equipe, essa atividade em conjunto ajuda [na união do time]",
completa o ponta Maurício.
Já o Suzano, que tenta voltar ao
lugar mais alto do pódio do Estadual após dois anos, escolheu métodos mais convencionais para lapidar a mente dos jogadores.
Atletas e comissão técnica intensificaram, às vésperas da final,
o trabalho de psicologia aplicada
ao esporte, que é executado com o
grupo desde o início do ano.
"Fazemos sessões e terapias semanais para melhorar a concentração, o espírito de liderança e a
motivação. Isso influencia muito
antes de uma final", contou o médico Neil Hamilton Negrelli Júnior, responsável pela preparação
psicológica dos jogadores.
Até o sisudo e assumidamente
pragmático técnico da equipe, Ricardo Navajas, resolveu participar de algumas sessões e percebeu
algumas melhoras no elenco.
"Os jogadores estão se cobrando mais, confiando mais uns nos
outros. Mas é lógico que só isso
não é suficiente. Precisamos também atentar para outros detalhes
técnicos e físicos para vencermos
o Palmeiras", disse o técnico, que
triunfou sete vezes no Estadual no
banco de reservas do Suzano.
Navajas confessa que até sua
postura na quadra se alterou após
as palestras. "Estou melhorando
meu relacionamento com os atletas. Sou um líder e preciso sempre
conciliar o grupo", revela.
Apesar dos benefícios que a preparação psicológica trouxe ao time, Navajas crê que o Palmeiras
do técnico Jarbas Ferreira leva
vantagem na luta pelo título. "Nas
semifinais, ganhamos o reforço
do Giovane, que defendeu o Brasil
no Mundial. Mas ele chegou em
um ritmo diferente do resto do
grupo. O detalhe do entrosamento pode definir o campeão."
Se os confrontos entre as equipes na primeira fase servirem como base, os detalhes realmente
serão fundamentais na decisão.
As duas partidas foram arrastadas até o quinto set -cada equipe
registrou uma vitória.
NA TV - Sportv, ao vivo, a
partir das 20h30
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