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FUTEBOL
Edílson revela bastidores do racha interno vivido pelo grupo, negado pelo técnico Oswaldo de Oliveira
Corinthians é salvo por pacto de paz
MAÉRCIO SANTAMARINA
da Reportagem Local
Um racha interno, provocado
por uma ""guerra de vaidades",
quase custou a eliminação do Corinthians no Brasileiro-99.
A revelação foi feita ontem pelo
atacante Edílson, contradizendo o
técnico Oswaldo de Oliveira, que
insiste em negar que o time tenha
passado por conflitos em razão da
desunião do grupo.
O problema só foi superado na
preleção do primeiro jogo das semifinais, contra o São Paulo, depois que Edílson, o ""pomo de discórdia" do grupo, se desculpou
diante de todos os jogadores, selando um pacto de paz.
As dificuldades -e o susto-
que o time passou para eliminar o
Guarani nas quartas-de-final do
campeonato, depois de terminar
a primeira fase na liderança, motivaram o pacto.
Na primeira partida (0 a 0), o
domínio foi do Guarani. Na segunda (2 a 0 para o Corinthians),
o Guarani teve um gol anulado e
reclamou de um pênalti não marcado, causando preocupação nos
corintianos, apesar do resultado.
Na terceira (1 a 1), a tensão aumentou ainda mais, principalmente quando o time soube que
teria o São Paulo pela frente.
""Na preleção para o primeiro
jogo das semifinais, senti que o
clima estava ruim e pedi a palavra
ao Oswaldo. Me desculpei com o
Rincón, com quem não conversava desde abril, e pedi a todos que
deixassem as mágoas de lado. Isso
nos uniu e nos deu força", afirmou Edílson em entrevista a uma
emissora de rádio.
A briga com Rincón, segundo
ele, ocorreu em Cochabamba, na
Bolívia, onde o Corinthians foi
enfrentar o Jorge Wilsterman, pela Libertadores da América, no
dia 14 de abril deste ano.
""Ficamos todo esse tempo sem
conversar. Nosso relacionamento
era apenas profissional, dentro de
campo", disse.
O problema de relacionamento
no grupo, de acordo com o atacante, se agravou com o silêncio
decretado à imprensa nas quartas-de-final, aumentando a divisão interna que já se verificava.
""Colocaram o Vampeta e eu como os cabeças da greve. A gente
tem liderança, sim, mas foi uma
decisão conjunta", afirmou.
Para ele, o mérito da classificação do time à segunda final consecutiva do Brasileiro deve ser atribuído ao técnico Oswaldo de Oliveira, que ""soube segurar as feras". ""É difícil comandar um grupo como esse. Existem vaidades,
personalidades diferentes. O técnico tem de ter capacidade para
controlar a situação."
Edílson lembrou que, quando
defendia o Palmeiras (1993 e
1994), chegou a ficar quase um
ano sem falar com Evair. ""Briguei
também com o Edmundo.
Aprendi que é preciso união para
conquistar um título tão importante como o Brasileiro."
Oliveira nega o clima de desunião apontado por Edílson, que
quase acabou comprometendo o
seu trabalho de treinador.
""Esse negócio de equipe desunida são controvérsias de pessoas
que ficaram descontentes com a
"greve do silêncio" decretada pelos
jogadores. Um time desunido não
chega aonde chegamos", afirmou.
E ainda insistiu, ao ser questionado se a classificação do time à
final do Brasileiro em apenas dois
jogos, eliminando a possibilidade
de um terceiro, seria uma prova
da união do grupo: ""Não é prova
porque o Corinthians não precisava provar nada".
Oliveira, que aproveitou o dia
de ontem para descansar, decide
hoje, na reapresentação do grupo,
no Parque São Jorge, se voltará a
isolar a equipe para a preparação
para as finais.
Embora tenha elogiado a concentração de quatro dias em Barueri na semana passada, Oliveira
está repensando a idéia de ficar no
centro de treinamento de propriedade do diretor de futebol do
Corinthians José Roberto Guimarães, o Sportville, preocupado
com o desgaste de sua imagem.
O técnico vai enviar um ""espião" ao jogo entre Vitória e Atlético-MG, amanhã, na Bahia, para
analisar o próximo adversário.
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