São Paulo, sexta-feira, 07 de dezembro de 2001

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Saída alivia pressão, crê ministro

DO ENVIADO A BRASÍLIA

No raciocínio do ministro Carlos Melles e da CPI do Futebol, se renunciar ao cargo, Ricardo Teixeira poderá diminuir a intensidade do "bombardeio" que será desferido contra ele pelo Ministério Público Federal.
Afastado do comando da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) por motivos de saúde até janeiro próximo, Teixeira teria, ainda segundo a lógica de Melles, mais tempo para cuidar de sua defesa jurídica.
Na última segunda-feira, o cartola comentou com assessores que esperaria o resultado final da comissão para decidir seu futuro.
Não tinha intenção de deixar o cargo e se dizia vítima de uma disputa pelo poder na CBF.
De acordo com o senador Gilvam Borges (PMDB-AP), defensor de Teixeira na Comissão Parlamentar de Inquérito, o relatório final da comissão estaria a serviço de um grupo que quer tomar o controle da entidade que administra o futebol do país.
O presidente da CBF acreditava que uma vitória apertada do relator não seria traumática para a entidade. Porém ele não contava com a unanimidade, que complicou ainda mais a sua situação.
Se Teixeira deixar o cargo, governo e senadores já têm pronto um plano de transição para o comando na confederação.
Álvaro Dias (PDT-PR), que presidiu os trabalhos, quer o ex-jogador e ex-ministro Pelé, preservado pela CPI apesar das recentes denúncias envolvendo seu nome, à frente da transição.
Mas Dias também afirma que será necessário um executivo do marketing esportivo para orientar o grupo, que contaria ainda com a participação dos ex-jogadores Sócrates e Zico.
O ministro do Esporte também pode anunciar nos próximos dias a edição de uma medida provisória que regulamentaria a parte propositiva do relatório final da CPI do Futebol -o texto pode trazer um dispositivo jurídico que permita ao governo mudar o comando da CBF.
O problema, caso isso ocorra, será o país ficar vulnerável a uma possível sanção da Fifa, a entidade máxima do futebol.
Pelas normas da Fifa, os governos não podem intervir nas confederações. Uma das penas seria a desclassificação do Brasil da Copa do Mundo do ano que vem.
Um estudo já realizado pelo Congresso, no entanto, diz que a intervenção não contraria as normas da Fifa, pois não diz respeito ao futebol e suas regras. (JAB)

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