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Saída alivia pressão, crê ministro
DO ENVIADO A BRASÍLIA
No raciocínio do ministro Carlos Melles e da CPI do Futebol, se
renunciar ao cargo, Ricardo Teixeira poderá diminuir a intensidade do "bombardeio" que será
desferido contra ele pelo Ministério Público Federal.
Afastado do comando da CBF
(Confederação Brasileira de Futebol) por motivos de saúde até janeiro próximo, Teixeira teria, ainda segundo a lógica de Melles,
mais tempo para cuidar de sua
defesa jurídica.
Na última segunda-feira, o cartola comentou com assessores
que esperaria o resultado final da
comissão para decidir seu futuro.
Não tinha intenção de deixar o
cargo e se dizia vítima de uma disputa pelo poder na CBF.
De acordo com o senador Gilvam Borges (PMDB-AP), defensor de Teixeira na Comissão Parlamentar de Inquérito, o relatório
final da comissão estaria a serviço
de um grupo que quer tomar o
controle da entidade que administra o futebol do país.
O presidente da CBF acreditava
que uma vitória apertada do relator não seria traumática para a entidade. Porém ele não contava
com a unanimidade, que complicou ainda mais a sua situação.
Se Teixeira deixar o cargo, governo e senadores já têm pronto
um plano de transição para o comando na confederação.
Álvaro Dias (PDT-PR), que presidiu os trabalhos, quer o ex-jogador e ex-ministro Pelé, preservado pela CPI apesar das recentes
denúncias envolvendo seu nome,
à frente da transição.
Mas Dias também afirma que
será necessário um executivo do
marketing esportivo para orientar o grupo, que contaria ainda
com a participação dos ex-jogadores Sócrates e Zico.
O ministro do Esporte também
pode anunciar nos próximos dias
a edição de uma medida provisória que regulamentaria a parte
propositiva do relatório final da
CPI do Futebol -o texto pode
trazer um dispositivo jurídico que
permita ao governo mudar o comando da CBF.
O problema, caso isso ocorra,
será o país ficar vulnerável a uma
possível sanção da Fifa, a entidade
máxima do futebol.
Pelas normas da Fifa, os governos não podem intervir nas confederações. Uma das penas seria a
desclassificação do Brasil da Copa
do Mundo do ano que vem.
Um estudo já realizado pelo
Congresso, no entanto, diz que a
intervenção não contraria as normas da Fifa, pois não diz respeito
ao futebol e suas regras.
(JAB)
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