São Paulo, sexta-feira, 07 de dezembro de 2001

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FUTEBOL

Único sobrevivente de SP acha que virou o time de maior torcida do país

São Caetano já se vê como o "gigante" das semifinais

Fernando Santos/Folha Imagem
O atacante Anaílson, destaque das semifinais, corre no treino de ontem do São Caetano


MAÉRCIO SANTAMARINA
DA REPORTAGEM LOCAL

"A partir de agora o São Caetano tem a maior torcida do Brasil. Éramos o segundo time de corintianos, são-paulinos, palmeirenses e santistas. Como nos tornamos o único paulista nas semifinais do Campeonato Brasileiro, passamos a ser o primeiro."
O atacante Anaílson sintetizou ontem, com essas palavras, o que o seu time pretende usar como trunfo para chegar à decisão do Nacional pelo segundo ano consecutivo e, pela primeira vez, tentar arrebatar o título.
Antes, a equipe tratava com desdém o fato de ter a vantagem de jogar em seu estádio, diante de sua torcida, por ter sido líder da primeira fase da competição. Agora, vê na união dos paulistas o diferencial para a conquista.
Esse apoio, na visão tanto dos jogadores como da comissão técnica, será importante principalmente no caso de a equipe não poder jogar uma eventual final no Anacleto Campanella em razão da capacidade do estádio (30 mil, segundo o clube, e 25.500, segundo laudo da Federação Paulista).
"Foi muito bom nos tornarmos o único representante de São Paulo. Finalmente teremos torcida para nos empurrar, seja no Anacleto, no Parque Antarctica, no Pacaembu ou no Morumbi", disse o meia Esquerdinha.
O técnico Jair Picerni havia afirmado antes do jogo contra o Bahia, que classificou o time para as semifinais após o empate sem gols no tempo normal e na prorrogação, que quem empurrava a torcida era o time de dentro de campo, ao contrário do que ocorre com os grandes clubes.
Na primeira fase, o São Caetano teve a terceira pior média de público do campeonato.
Ontem, Picerni não foi ao treino, mas enviou um recado por meio de sua comissão técnica.
"Ele mandou dizer que está muito zangado pelo futebol que apresentamos contra o Bahia", afirmou Anaílson. A bronca ficará para hoje, em Atibaia (56 km de São Paulo), onde o time voltará a se concentrar para o jogo de domingo, contra o Atlético-MG.
Além de celebrar a união das demais torcidas paulistas, os jogadores comemoraram também a definição do adversário.
"O Atlético-MG é mais ofensivo, busca mais o gol. Com isso, teremos um jogo mais aberto, do jeito que gostamos", afirmou o meia Adãozinho, lembrando que sua equipe goleou o rival mineiro por 5 a 2 na primeira fase.
"O Bahia jogou muito fechado. Isso acabou deixando o nosso time nervoso. Agora será diferente", disse o goleiro Sílvio Luiz, feliz por ter salvo a sua equipe ao levar uma bolada no rosto no último minuto do segundo tempo da prorrogação, anteontem.
Ele disse que nem sentiu o impacto da bola. ""O importante foi ter evitado o gol. Se precisar, vou usar o rosto de novo", brincou.
O lateral-direito Mancini falou que, nesse momento, sentiu mais alívio do que na hora em que o juiz apitou o fim do jogo. "O estádio ficou mudo. Eu até arrepiei."



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