EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Cruzeiro recebe hoje, contra o Fluminense, a taça de seu primeiro título brasileiro e dá nova volta olímpica em Belo Horizonte. Depois, será a hora de ganhar os corações dos fãs da bola além das fronteiras de Minas.
Amparado pelo desempenho espetacular na temporada (foram três títulos no total), a equipe de Belo Horizonte tem a oportunidade de ganhar uma popularidade que lhe falta fora de seu Estado.
Segundo a última pesquisa nacional Datafolha sobre a preferência clubística dos brasileiros, realizada no final do ano passado, o Cruzeiro ficava no traço em oito das dez maiores unidades da federação do país. No Distrito Federal, alcançava modestos 2%, e só em Minas tinha números de gigante -26% das preferências, bem à frente do rival Atlético-MG, que segundo o levantamento é apoiado por 17% dos mineiros.
Entre os oito clubes com mais seguidores no Brasil, segundo o Datafolha, o novo campeão nacional, que divide o sétimo lugar da lista com o Santos, é o que tem a menor penetração fora da sua sede. Flamengo e Corinthians fogem do traço em todos os Estados mais importantes. O Grêmio, que na década passada passou por fase tão boa como a do Cruzeiro hoje, tem pelo menos 1% das preferências em quatro Estados.
O principal trunfo do Cruzeiro, além de uma maior exposição do clube na televisão, para expandir os limites de sua torcida são as escolinhas de futebol espalhadas pelo clube em todo o Brasil.
Hoje, segundo Zezé Perrella, homem-forte do futebol, o time possui 380 unidades, sendo que 120 são fora de Minas Gerais.
"Estamos em vários Estados brasileiros. A gente já vem fazendo esse trabalho há algum tempo", disse o dirigente.
Recentemente, o Cruzeiro firmou parceria com a ABB (Associação Banco do Brasil) para a implantação de 1.200 escolas de futebol, 650 fora de seu Estado de origem. "Isso, sem dúvida, vai aumentar o número de torcedores. Assim vamos divulgar a marca Cruzeiro fora de Minas Gerais", afirmou Perrella, que aponta o fato de o time não ser do eixo Rio-São Paulo como principal entrave para a expansão da torcida.
"São Paulo é o centro econômico do Brasil. Nós conseguimos dominar o mercado de Minas Gerais, mas é muito mais fácil crescer no Rio e em São Paulo", declarou o dirigente.


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