São Paulo, quarta-feira, 07 de dezembro de 2005

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FUTEBOL

França, Argentina e Itália ficam atrás de México em disputa por cabeça-de-chave e quase perdem regalia para EUA

No limite, campeões encabeçam a Copa

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, alertava para o risco de potências como França e Itália não serem cabeças-de-chave da Copa-2006. E o risco era tanto que foi por um triz que um campeão mundial não foi jogado para um bloco secundário do torneio.
Brasil, Inglaterra, Espanha, Alemanha, México, França, Argentina e Itália, nessa ordem, são os melhores no ranking que a Fifa divulgou ontem para determinar os cabeças-de-chave do evento.
A presença mexicana, uma surpresa para muitos, deve-se às suas participações freqüentes nas últimas Copas e suas posições destacadas nos últimos anos no ranking da Fifa. O México figura com 47 pontos na lista para ser cabeça-de-chave -supera os campeões mundiais França (46), Argentina (44) e Itália (44). Os mexicanos já tinham sido cabeças-de-chave da Copa, mas como anfitriões, não por méritos técnicos, esportivos.
Os EUA, outro país ascendente da Concacaf, apareceram em nono lugar, com 43 pontos. Por pouco não tiraram da bicampeã Argentina ou da tricampeã Itália a regalia de ser cabeça-de-chave.
Os norte-americanos, que foram às quartas-de-final da última Copa, superam até com folga os holandeses, que não foram ao Mundial passado, nesse ranking feito pela Fifa, que leva em conta o desempenho nas Copas de 1998 e 2002 e as posições no ranking da Fifa ao final de 2003, 2004 e 2005.
A Holanda, potencialmente o adversário mais temido para os cabeças-de-chave, soma 38 pontos na lista da Fifa para ser cabeça-de-chave. Está em décimo lugar, embora no ranking de seleções da máxima entidade do futebol ocupe hoje a terceira posição.
O técnico Marco van Basten, da Holanda, disse não ter sido "surpreendido" com o anúncio dos cabeças-de-chave ontem. "Estivemos ausentes no último Mundial. Me parece lógico que não sejamos cabeça-de-chave", disse o ex-atacante, que guiou sua seleção de forma invicta em uma chaves difícil das eliminatórias européias.
A Espanha, que precisou passar pela repescagem para ir à Copa, tem 50 pontos na lista divulgada ontem e supera até a anfitriã Alemanha para ser cabeça-de-chave.
Franz Beckenbauer, responsável pelo Comitê Organizador da Copa-2006, apontou a Holanda como "o time a ser evitado" no sorteio dos oito grupos do Mundial na sexta-feira em Leipzig.
"É uma coisa que nós não queríamos [enfrentar a Holanda logo na primeira fase], mas, se o sorteio apontar isso, vamos enfrentar a Holanda", afirmou o maior ídolo do futebol alemão, que encontrou e derrotou a "Laranja Mecânica" apenas na final do Mundial de 1974, o primeiro na Alemanha.
O anúncio de ontem trouxe alívio a ingleses e italianos. "A Itália foi escolhida cabeça-de-chave porque mereceu. Foi uma escolha lógica", disse Franco Carraro, presidente da federação italiana.
A Inglaterra não foi cabeça-de-chave em 2002 e caiu no "Grupo da Morte", que tinha a Argentina. Agora, só ficou atrás do Brasil na lista para encabeçar grupos. "Foi grande a melhora, mas, quando o torneio começar, veremos por que fomos apontados cabeças-de-chave", disse Sven-Göran Eriksson, técnico do "English Team".
O campeão da Copa leva R$ 41 milhões. O vice fica com R$ 37,5 milhões. A Fifa pagará quase US$ 230 milhões aos participantes.


Com agências internacionais

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