|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Seleção do campeonato
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
Os melhores do campeonato não são, necessariamente,
os melhores. Nem os melhores das
últimas rodadas, foram, obrigatoriamente, os melhores na maior
parte dessa longa competição. Por
isso, é difícil escalar uma seleção.
Seria: Rogério Ceni, Paulo Baier,
Cáceres, Gamarra e Gustavo
Nery; Arouca, Tinga, Roger e Petkovic; Tevez e Rafael Sóbis. Vou
tentar justificá-la. Sei que não vai
adiantar. Ainda bem.
Como não houve nenhum goleiro que brilhasse na maior parte
do campeonato, voto no Rogério
Ceni, que foi regular, jogou a
maior parte dos jogos e manteve a
classe. Se o jovem Bruno, do Atlético-MG, e o Fábio Costa tivessem
atuado mais vezes e com a qualidade das últimas partidas, um
dos dois seria o escolhido.
Os três melhores zagueiros são
estrangeiros: Lugano, Cáceres e
Gamarra. Vou aproveitar o entrosamento da dupla da seleção
do Paraguai.
Os melhores laterais foram, na
verdade, alas, como Gustavo
Nery, Paulo Baier, Gabriel, Cicinho, Jorge Wagner, Júnior, Michel Bastos e outros. Se jogassem
na Europa, todos seriam armadores pelos lados, no esquema com
duas linhas de quatro.
Dos volantes, Arouca foi o melhor e a revelação. Tinga foi o outro destaque, de volante ou de
meia. Além de Roger, Petkovic,
Tevez e Rafael Sóbis, muitos outros meias e atacantes brilharam,
especialmente Juninho e o artilheiro Romário.
Muricy foi o melhor técnico.
Abel Braga se entusiasmou com
tantos elogios ao esquema ofensivo do Fluminense, que o time deixou de defender. Outros motivos
foram responsáveis pela queda. A
equipe precisa de um goleiro que
pule menos e defenda mais e que
torne as defesas difíceis mais fáceis, e não o contrário.
Tevez foi o melhor de todos. Será que ele vai jogar tanto na seleção da Argentina como fez no Corinthians ou ele brilhou intensamente por causa da fraqueza das
defesas?
Luxemburgo e Robinho
Mais do que os resultados, a falta de atacantes pelos lados (característica dos times da Espanha) e a formação do elenco,
principalmente as saídas do Figo
e Owen, o que mais desagradou
aos espanhóis em relação ao Luxemburgo foi a enorme comissão
técnica de brasileiros e a tentativa
do treinador de querer ser mais
moderno do que a modernidade.
No Brasil, país de Terceiro
Mundo, os treinadores são muito
mais fascinados pela tecnologia,
por auxiliares dando informações
lá de cima por meio de um celular
e por outras parafernálias. Após a
tentativa no Brasil, sem êxito, Luxemburgo tentou na Espanha introduzir o fone no ouvido de um
jogador para o técnico dar instruções durante a partida. Recebeu
uma grande vaia.
Se o Luxemburgo não brilhar
no próximo ano, vão diminuir as
suas chances de ser o técnico da
seleção após o Mundial, apesar
dos parentes do Ricardo Teixeira
na sua comissão técnica. Mesmo
se o Brasil for campeão, Parreira
não pretende continuar.
Robinho teve uma estréia espetacular no Real Madrid e, progressivamente, se apagou. Os espanhóis acham que ele é muito
habilidoso, mas que finaliza mal
e é muito franzino. São as críticas
que havia no Brasil em um determinado momento de sua carreira. Se os espanhóis tiverem paciência, Robinho deverá brilhar
intensamente como no Santos.
Mas será que o Robinho não deveria ter ido primeiro para um time menos badalado da Europa,
como fizeram Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo e Romário? Posteriormente, no Barcelona, os quatro se tornaram melhores do
mundo.
Já Kaká não precisou de adaptação no Milan. A sua estrutura
física e psicológica ajudaram bastante. A avaliação precisa ser individual.
Copa do Mundo
O Brasil pode enfrentar na primeira fase a Sérvia e Montenegro
e mais uma outra equipe forte da
Europa (Holanda ou Portugal ou
República Tcheca). Essas quatro
equipes estão no mesmo nível técnico das outras seleções da Europa que são cabeças-de-chave
(Alemanha, Itália, França, Espanha e Inglaterra). A Argentina
corre o mesmo risco.
Por outro lado, o Brasil pode enfrentar um time um pouco mais
fraco da Europa (Polônia, Ucrânia, Suécia, Suíça, Croácia) e
mais duas fracas seleções entre
África ou Austrália e Ásia ou
Concacaf. Seria um grupo ideal
para treinar para os mata-matas.
E-mail
tostao.folha@uol.com.br
Texto Anterior: Tênis - Régis Andaku: Simpatia, quase amor Próximo Texto: Futebol: No limite, campeões encabeçam a Copa Índice
|