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Tumulto marca entrada da torcida no Maracanã
JOÃO PEQUENO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
O esquema montado para receber a torcida do Flamengo no
Maracanã fracassou, e o caos
tomou conta dos arredores do
estádio, que deverá receber a final da Copa de 2014. A tarde teve longas filas, invasões, roubos
de ingressos, torcedores pulando roleta, tiros de balas de borracha, gás lacrimogêneo, spray
de pimenta e bilhetes falsos.
A estudante Fernanda Zacarão, 16, ficou mais de três horas
na fila para ver o jogo das cadeiras inferiores. A espera acabou
em desistência porque a fila
não andava. Somente a cinco
minutos do início do jogo, a PM
conseguiu organizar a entrada
desse setor, nos portões 18 e 19.
Ao lado de Oliveira, outro
torcedor, identificado apenas
como Renato por um amigo
que o acompanhava, sangrava e
sofria convulsões, após ser
agredido por ladrões que roubaram seu ingresso na fila.
Segundo o coronel da PM
Marcus Jardim, chefe do 1º
CPA (Comando de Policiamento de Área), as confusões foram
criadas pelo excesso de pessoas
no mesmo horário. "O número
de roletas é limitado e veio
muita gente ao mesmo tempo",
disse. "A responsabilidade por
organizar a entrada não é da
polícia, mas da Suderj [Superintendência de Desportos do
Estado do Rio de Janeiro]."
A queixa contra policiais relatada à Folha não foi registrada no plantão da 18ª DP, montado no Maracanã, mas o subtenente da PM Ozéas do Nascimento foi preso por vender ingressos como cambista e ameaçar o delegado Gláucio Santos.
O policial estava com o funcionário da Suderj Valter Matos Nogueira Júnior, também
preso como cambista.
No Leblon, o torcedor Flávio
Alberto Seadi, 26, morreu atropelado por um caminhão durante a comemoração de um
gol. O motorista acelerou ao se
assustar com torcedores que
bateram na lataria do veículo.
Na região, houve aconteceram
confrontos entre torcedores.
Confusões à parte, também
registradas após o jogo, além de
conquistar o título, o Flamengo
fechou o Nacional na ponta do
ranking de torcidas, com média
superior a 40 mil por partida.
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