São Paulo, terça-feira, 07 de dezembro de 2010

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Nem tudo é brilho

Edição 40 do Campeonato Brasileiro tem queda de renda e público, vê recorde de empates e amarga a mais baixa média de gols da era dos pontos corridos

Rafael Andrade/Folhapress
Lula entrega taça de campeão brasileiro ao Fluminense, no Rio

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

O Fluminense fez festa pelo título, são-paulinos e palmeirenses vibraram com a queda corintiana, e o Cruzeiro valorizou a segunda posição que o colocou na fase de grupos da Libertadores-2011.
Mas a 40ª edição do Campeonato Brasileiro, encerrada ontem, também será marcada pela queda de público e renda nos estádios.
Pior: teve a média de gols mais baixa dos pontos corridos, iniciados em 2003 -só 2,57 tentos por jogo.
Em setembro, a Folha mostrou que, ao final do primeiro turno, o campeonato caminhava para ser um dos mais fracos dos pontos corridos, com quedas nesses mesmos quesitos. Mas nem a reta final da disputa por título, Libertadores e rebaixamento "salvaram" o Brasileiro.
Na comparação com 2009, a presença das torcidas foi 16,6% menor. No ano passado, a média de público foi de 17,8 mil, contra 14,8 mil pagantes por jogo neste ano.
Menos gente significa menos dinheiro. No quesito arrecadação, a queda foi de 10,2% no período.
Entre 2009 e 2010, os clubes brasileiros arrecadaram R$ 12,8 milhões a menos.
O que contribuiu para a queda de público foi o fechamento de Maracanã e Mineirão, interditados para reformas ainda no primeiro turno -cariocas e mineiros jogaram em arenas menores.
Mas os times também não ajudaram muito a atrair seus torcedores. Além da baixa média de gols, o Brasileiro-2010 também foi recordista em empates: 118. Ou seja, a cada rodada, dos dez jogos, três terminaram empatados.
E, mesmo fechado, o Maracanã encerrou o Brasileiro com a melhor média de público. Em 20 jogos, atraiu 26,9 mil pessoas, em média. O Castelão, do Ceará, ficou em segundo lugar, com média de público de 23,4 mil pagantes. Já o Pacaembu, de Corinthians e Palmeiras, atraiu 22,2 mil torcedores.
A última rodada, por sinal, foi a sexta pior deste campeonato em média de gols (1,90). Por outro lado, a jornada teve o terceiro melhor público (199,7 mil) e a melhor arrecadação, com R$ 5,9 milhões.
O jogo do Fluminense contra o Guarani, no Engenhão, teve a melhor renda de todo o campeonato, com arrecadação de R$ 2,8 milhões -o preço médio dos ingressos, esgotados dias antes da decisão, foi de R$ 80.
O Corinthians foi o clube que mais encheu as arquibancadas, com média de 27,4 mil torcedores em seus jogos como mandante. O Ceará foi o segundo melhor, com 23,4 mil. O Fluminense ficou em terceiro, com 22,7 mil.
No ano passado, o Flamengo, campeão, teve público médio de 40 mil pessoas.
Além das quedas de renda, público e gols, o Datafolha apontou outros indícios de queda de qualidade.
Em 2009, 637 gols (58,2% do total) surgiram por meio de passes. Ou seja, bola no chão: jogadas trabalhadas, tabelas, lançamentos. Em 2010, foram apenas 550 gols assim (56,2% do total) -uma queda de 13,6%.


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