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BASQUETE
Helen e Silvinha Luz querem Cintia no time
Irmãs pedem clã na
seleção brasileira
LUÍS CURRO
da Reportagem Local
As irmãs Gonçalves (Paula e
Branca) tiveram seu momento.
As irmãs Sobral (Marta, Leila e
Márcia) nunca chegaram a ter e
dificilmente ainda terão.
Hoje, no basquete nacional, o
momento é das irmãs Luz.
A armadora Helen, 27, a ala-armadora Silvinha, 24, e a ala Cintia,
28, tornaram-se o primeiro trio de
uma mesma família a conquistar,
como titulares, uma competição
de primeira linha no Brasil.
No sábado passado, as três se
sagraram campeãs paulistas pelo
Paraná/Carapicuíba, depois de
uma equilibrada decisão em cinco jogos contra a Arcor/Santo André, atual detentora dos títulos
brasileiro e sul-americano.
O torcedor que acompanha
basquete certamente já ouviu falar de Helen e Silvinha, que defendem a seleção brasileira há algum
tempo. A primeira foi campeã
mundial em 1994, na Austrália. A
segunda, medalha de prata na
Olimpíada de Atlanta, em 1996.
Ambas estiveram presentes em
todas as convocações para competições importantes feitas pelo
técnico do Brasil, Antonio Carlos
Barbosa, desde que ele assumiu o
time, no início de 1997, em substituição a outro Luz, Miguel Angelo, que não tem relação de parentesco com as jogadoras.
Mas foi justamente a terceira irmã Luz, Cintia, a menos conhecida, apesar de ser a mais velha das
três, que surpreendeu positivamente no Paulista 99-00.
Menos pelos pontos marcados
-ela terminou com a boa média
de 14,9 pontos por partida e foi a
quarta cestinha da equipe, atrás
da norte-americana Vicky Bullett
(17,7), da croata Vedrana Grgin
(15,7) e de Helen (15,6) -, mais
pelo espírito de liderança.
"Ela esteve sempre muito lúcida, incentivou e conduziu o time
não só na final. Foi a melhor jogadora do campeonato", disse o técnico do Paraná/Carapicuíba, Antonio Carlos Vendramini.
Na partida decisiva, com o Paraná jogando mal e perdendo por
diferença de sete pontos no início,
foi Cintia a responsável pelas cestas que reequilibraram o jogo.
Devido a esse desempenho geral, Vendramini e as próprias irmãs de Cintia iniciaram um lobby
para que Barbosa a reconvoque
para a seleção e lhe dê chance de
estar no time olímpico que jogará
em Sydney, em setembro.
Cintia esteve, ao lado das irmãs,
na seleção que conquistou o Sul-Americano de 1997, no Chile. Depois, não foi mais chamada.
"Será uma grande injustiça se o
Barbosa não convocar a Cintia
Luz", frisou Vendramini.
"Ela está em uma fase excelente,
muito madura e confiante. Merece um prêmio com a convocação", declarou Helen, titular absoluta da seleção de Barbosa.
Silvinha, mesmo não tendo assegurado vaga no time titular e
com o risco de ter Cintia como
mais uma concorrente (junto
com Adriana, da Arcor/Santo André, e Claudinha, do BCN/Osasco), também pensa do mesmo jeito: "A Cintia merece a chance pelo
campeonato que fez".
Sempre classificada como a menos talentosa das irmãs, Cintia
afirma que uma convocação só
será bem-vinda justamente se tiver chance de disputar posição, o
que não aconteceu anteriormente. "Na minha idade, não quero ir
para a seleção só por ir. Prefiro ficar no clube a ficar no banco."
A próxima lista de atletas de
Barbosa deve sair no início de
março, para amistosos contra Cuba e EUA, mas o técnico já disse
que Cintia tem poucas chances de
ser chamada, pois está com o grupo praticamente fechado.
Silvinha, que tem considerável
semelhança física com Cintia, discorda da posição do treinador:
"Fala-se muito em renovação,
mas é preciso aproveitar o momento da jogadora."
Ela mesma ainda tenta recuperar sua melhor forma, já que voltou há pouco mais de um mês aos
jogos oficiais, depois de uma cirurgia no joelho esquerdo tê-la
afastado das quadras no segundo
semestre do ano passado.
Helen, no melhor momento da
carreira, agradeceu publicamente
à ex-jogadora Hortência, dirigente do Paraná, por juntá-la às irmãs
-foi a última a chegar ao time, na
metade do ano passado.
Lamentou o fato a técnica Lais
Elena Aranha, da Arcor/Santo
André, ex-time de Helen, que, fã
das três, costuma fazer trocadilho
com o sobrenome: "As irmãs Luz
são mesmo iluminadas".
"Essas irmãs são especiais, elas
se gostam muito, tiveram uma
formação familiar muito boa",
acrescentou Vendramini.
Nascidas em Araçatuba (interior paulista), as irmãs começaram no basquete em Jundiaí, no
Divino Salvador, o mesmo colégio que revelou Paula e Branca.
Ainda jogaram em Piracicaba,
para depois seguirem para clubes
diferentes. A última vez em que
estiveram juntas em uma equipe,
antes do recente reencontro, havia sido em 1994, na Ponte Preta-Nossa Caixa, de Campinas. Em
início de carreira e ainda sem
grandes chances no time titular,
elas foram campeãs brasileiras e
vice-campeãs estaduais.
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