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Samba santista supera os robôs são-paulinos
Técnica da equipe do litoral leva a melhor sobre o estilo "matemático" do rival
São Paulo 1
Santos 2
DA REPORTAGEM LOCAL
O Santos é um samba: varia a
cadência, dá paradinha e ri. O
São Paulo, uma equação matemática: recuperação de bola,
troca de passes rápida e conclusão a gol. Ao final, o placar, em
Barueri, mostrou que o talento
superou o pragmatismo.
No início, o Santos foi o toque
de Paulo Henrique Ganso. Cabeça em pé, distribuía passes e
dribles. Por duas vezes, colocou
bolas entre as pernas de rivais.
O São Paulo foi a marcação
adiantada que recuperava a bola no meio-campo. A arrancada
vertical de Hernanes foi finalizada por chute de Marcelinho
Paraíba de fora de área, defendido pelo goleiro Felipe.
O Santos passou, então, a ser
os avanços de Neymar. Em velocidade, dos dois lados, tentava achar o espaço no meio dos
três zagueiros são-paulinos.
O São Paulo se transfigurou
em Miranda. Duas arrancadas
do novato santista esbarraram
no zagueiro da equipe do Morumbi. "Miranda, Miranda",
gritou a torcida tricolor.
O Santos foi traduzido na cobrança de Neymar, aos 39min
do primeiro tempo, após pênalti duvidoso de Miranda em
Arouca. À frente de Rogério Ceni, Neymar travou na hora em
que o goleiro caia para a direita.
E tocou fraco no outro canto
vazio para fazer o primeiro gol
da vitória do time alvinegro.
"Venho treinando isso. Todo
goleiro se adianta", explicou o
atacante, que, após o gol, dançou e deu risadas, mas negou
ter abusado sobre o goleiro.
O São Paulo revelou-se na
bronca de Rogério sobre o garoto santista. Na saída de campo,
disse ao atacante santista que,
na Europa, aquele tipo de paradinha não seria aceita. Para ele,
o lance foi um "absurdo".
O Santos foi a ansiedade no
intervalo. Refletido na espera
dos torcedores santistas pela
estreia do ídolo Robinho.
O São Paulo era uma necessidade de mudanças. Essas vieram com a saída dos atacantes
Dagoberto e Washington, trocados por Cléber Santana e Roger, uma delas pouco depois do
apito de reinício de jogo.
O Santos virou, sim, a espera.
Mas pelo rival, que passou a ter
maior domínio de bola.
O São Paulo então foi a precisão técnica. Em sua segunda
tentativa, Marcelinho cruzou
certo na cabeça de Roger, que
empatou a partida, aos 23min.
Aí o Santos virou Robinho. E
se multiplicou nas tabelas com
Neymar. Por duas vezes, o estreante esteve perto de fazer o
gol após passes do novato.
O São Paulo virou um erro de
perda de bola que resultou em
contra-ataque no gol santista.
"A jogada era nossa no escanteio. Nós não podíamos perder", explicou Jorge Wagner.
O Santos, enfim, resumiu-se
em uma letra. Foi após o contra-ataque puxado por Zé Love
e do cruzamento de Wesley. A
conclusão foi a acrobacia de
Robinho, aos 41min, para desempatar o jogo em Barueri.
O São Paulo tornou-se então
o silêncio de sua torcida que
deixava o estádio. O Santos foi a
explosão do reencontro.
(MARTÍN FERNANDEZ E RODRIGO MATTOS)
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