São Paulo, segunda-feira, 08 de fevereiro de 2010

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Samba santista supera os robôs são-paulinos

Técnica da equipe do litoral leva a melhor sobre o estilo "matemático" do rival

São Paulo 1
Santos 2


DA REPORTAGEM LOCAL

O Santos é um samba: varia a cadência, dá paradinha e ri. O São Paulo, uma equação matemática: recuperação de bola, troca de passes rápida e conclusão a gol. Ao final, o placar, em Barueri, mostrou que o talento superou o pragmatismo.
No início, o Santos foi o toque de Paulo Henrique Ganso. Cabeça em pé, distribuía passes e dribles. Por duas vezes, colocou bolas entre as pernas de rivais.
O São Paulo foi a marcação adiantada que recuperava a bola no meio-campo. A arrancada vertical de Hernanes foi finalizada por chute de Marcelinho Paraíba de fora de área, defendido pelo goleiro Felipe.
O Santos passou, então, a ser os avanços de Neymar. Em velocidade, dos dois lados, tentava achar o espaço no meio dos três zagueiros são-paulinos.
O São Paulo se transfigurou em Miranda. Duas arrancadas do novato santista esbarraram no zagueiro da equipe do Morumbi. "Miranda, Miranda", gritou a torcida tricolor.
O Santos foi traduzido na cobrança de Neymar, aos 39min do primeiro tempo, após pênalti duvidoso de Miranda em Arouca. À frente de Rogério Ceni, Neymar travou na hora em que o goleiro caia para a direita. E tocou fraco no outro canto vazio para fazer o primeiro gol da vitória do time alvinegro.
"Venho treinando isso. Todo goleiro se adianta", explicou o atacante, que, após o gol, dançou e deu risadas, mas negou ter abusado sobre o goleiro.
O São Paulo revelou-se na bronca de Rogério sobre o garoto santista. Na saída de campo, disse ao atacante santista que, na Europa, aquele tipo de paradinha não seria aceita. Para ele, o lance foi um "absurdo".
O Santos foi a ansiedade no intervalo. Refletido na espera dos torcedores santistas pela estreia do ídolo Robinho.
O São Paulo era uma necessidade de mudanças. Essas vieram com a saída dos atacantes Dagoberto e Washington, trocados por Cléber Santana e Roger, uma delas pouco depois do apito de reinício de jogo.
O Santos virou, sim, a espera. Mas pelo rival, que passou a ter maior domínio de bola.
O São Paulo então foi a precisão técnica. Em sua segunda tentativa, Marcelinho cruzou certo na cabeça de Roger, que empatou a partida, aos 23min.
Aí o Santos virou Robinho. E se multiplicou nas tabelas com Neymar. Por duas vezes, o estreante esteve perto de fazer o gol após passes do novato.
O São Paulo virou um erro de perda de bola que resultou em contra-ataque no gol santista. "A jogada era nossa no escanteio. Nós não podíamos perder", explicou Jorge Wagner.
O Santos, enfim, resumiu-se em uma letra. Foi após o contra-ataque puxado por Zé Love e do cruzamento de Wesley. A conclusão foi a acrobacia de Robinho, aos 41min, para desempatar o jogo em Barueri.
O São Paulo tornou-se então o silêncio de sua torcida que deixava o estádio. O Santos foi a explosão do reencontro. (MARTÍN FERNANDEZ E RODRIGO MATTOS)

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