São Paulo, segunda-feira, 08 de março de 2004

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VÔLEI

O único invicto

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

O desafio continua: quem vai conseguir vencer o Osasco, da levantadora Fernanda Venturini? O time permanece invicto na Superliga: são 17 jogos sem derrotas. Na rodada do fim de semana, a equipe passou pelo maior rival, o Minas, por 3 sets a 1 e já garantiu o primeiro lugar da fase de classificação.
O vôlei brasileiro coleciona na sua história o registro de grandes times. Um exemplo foi a Sadia, no fim dos anos 80. Com Fernanda, Ana Moser, Márcia Fu e Ida, a equipe beirava a perfeição. Chegou até a contar com a peruana Cecília Tait, uma das lendas do vôlei. Foi tricampeã nacional e não tinha rivais no país.
Está certo que não dá para comparar a Sadia com o Osasco. A Sadia era a seleção. O Osasco tem três grandes jogadoras que desequilibram: Fernanda Venturini, a atacante Érika, que garante a qualidade do passe, e Valeskinha, uma central muito veloz e com um bloqueio poderoso.
Para completar, a equipe teve a sorte de contar com uma novata, Mari, de 20 anos, que está mostrando talento. A sua principal qualidade é a versatilidade no ataque. Bate todos os tipos de bola. No sábado, contra o Minas, foi a maior pontuadora: fez 24 pontos. Pode anotar: Mari vai ser convocada para a seleção.
As atacantes Lígia, Bia e a líbero Verê completam a base do time. O certo é que o Osasco, comandado pelo talentoso José Roberto Guimarães, tem mostrado mais uma grande qualidade: eficiência na defesa. Com isso, marca muitos pontos com os erros dos adversários e também arma muito mais contra-ataques.
Por tudo isso, é difícil o Osasco não ganhar o bicampeonato. Está certo que a Superliga vai até maio e que o Minas, das atacantes Virna e Keba Phipps e da levantadora Gisele, pode se acertar mais. Mesmo assim, vai ser duro: no vôlei feminino do país, a levantadora faz a diferença.
Na Superliga masculina, a disputa é bem mais equilibrada. A Ulbra, atual campeã brasileira, já assegurou o primeiro lugar na fase de classificação, mas Minas, Unisul, Suzano e Banespa estão no páreo da luta pelo título.
O Minas é um exemplo. O time de Giovane, Ricardinho e André Nascimento está começando a se entender. A equipe, que andou tropeçando, obteve um grande resultado no sábado: bateu a Unisul por 3 a 0. Mais do que a vitória, apresentou um bom conjunto e mostrou que está crescendo.
Nas arquibancadas, quem está fazendo bonito é o Bento Gonçalves. O time gaúcho está concorrendo ao prêmio de maior torcida da Superliga. Nos últimos quatro jogos que fez em casa, a equipe levou cerca de 10 mil torcedores ao ginásio. O maior público foi na sétima rodada, contra a rival catarinense Unisul: 2.924 pessoas.
São marcas significativas nestes tempos em que o público anda em baixa na Superliga. Não à toa, a confederação brasileira lançou até uma promoção: o clube que aumentar o número de torcedores no seu ginásio, em relação à temporada anterior, ganha um prêmio. Terá o reembolso do total gasto com as taxas de arbitragem, que gira em torno de R$ 22 mil.

Campeão japonês
O Suntory, do brasileiro Gílson, conquistou o pentacampeonato japonês. Foi o quinto título seguido também de Gílson. O time venceu o JT Thunders em dois jogos da série de três das finais. No primeiro, o placar foi 3 a 2. No segundo, ontem, 3 a 0. Gílson foi eleito o melhor jogador das finais. Na disputa de terceiro lugar, o Blazers, de Kalé, perdeu do Panasonic por 3 sets a 1.

Copa Europa
O Modena, do atacante Dante, também foi campeão no fim de semana. Na decisão da Copa Europa (CEV), derrotou o Piacenza por 3 a 2. Dante fez 16 pontos. O destaque foi o russo Iakovlev, maior pontuador do jogo, com 29 pontos. Já no Italiano, o Modena, que conta com Giani e o levantador Lloy Ball, corre o risco de rebaixamento.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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