São Paulo, quinta-feira, 08 de abril de 2004

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FUTEBOL

F.A.Q.

SONINHA
COLUNISTA DA FOLHA

Bem-vindo à seção de "Perguntas mais freqüentes". As respostas expressam apenas a opinião da autora.
1) A final entre dois times "pequenos" mostra que o futebol paulista está nivelado por baixo?
R.: Não. Uma das graças dos Estaduais é confrontar equipes menores e os favoritos de sempre. Em uma etapa curta por pontos corridos e nos mata-matas, um time modesto e bem organizado pode superar outros que tenham mais camisa e recursos. O Paulista se preparou muito bem e colheu frutos mais cedo do que imaginava; o São Caetano é um rival que muitos times grandes do país detestam ter pela frente. O Azulão jogou um futebol irrepreensível e empolgante contra São Paulo e Santos; os dois finalistas marcam melhor que muitos por aí e têm ótimos contra-ataques.
2) O Palmeiras é um time "de segunda"?
R.: Santos e São Paulo também não conseguiram chegar à final... Sem falar no Corinthians. Como outras equipes, o Palmeiras tem deficiências em algumas posições e não tem bons reservas para todos os setores. Mas um problema sério do Verdão é que alguns bons atletas tiveram acentuada queda de rendimento nesta temporada. O time, que sempre precisou aproveitar melhor as finalizações, tem errado muitos passes no meio-de-campo; ao perder a bola, se expõe ao contra-ataque. Também já não desarma tanto nem contra-ataca com a mesma qualidade. A entrada de Pedrinho dá mais cadência e lucidez, mas não precisa matar a pegada e a velocidade. É o desafio de Jair agora.
3) A balada atrapalhou?
R.: Talvez não a balada, propriamente, mas o que está por trás dela e o que ela provocou antes do jogo. Sou contra qualquer vigilância a profissionais fora do horário de trabalho, mas ela existe. O jogador que, sabendo disso, se expõe às vésperas de um jogo decisivo, é pouco inteligente ou autoconfiante em excesso. Lúcio não errou um pênalti porque saiu à noite; talvez por causa da tal confiança embriagadora. E a indisposição que o fato criou pode ter prejudicado o relacionamento em campo -um colega pode não confiar no outro e desistir de tentar uma jogada com ele, mesmo que passe voando e desmarcado.
4) A arbitragem tentou ajudar o Palmeiras?
R.: Lamentavelmente, parece que sim. A um jogador que reclamou da expulsão do Magrão, o árbitro teria dito: "O que você queria, que eu expulsasse o Marcos?". Como atenuante, diga-se que é comum juízes "amarelarem" na hora de expulsar um goleiro (até Rogério Ceni, que costuma ser punido com rigor acima da média, levou amarelo em pelo menos uma ocasião em que merecia o vermelho). Só um juiz muito "cascudo" tiraria dois atletas do Palmeiras (ou de qualquer time) àquela altura. E os bandeiras deram dois ou três impedimentos inexistentes do time da capital.
5) O São Caetano é fogo de palha?
R.: Êta palha boa! Paraná e Malutron subiram à Série A do mesmo jeito, e nem por isso estão sempre entre os melhores.

Ainda o juiz
José Camacho, palmeirense de Guarulhos, acha que o goleiro Marcio deveria ter sido expulso pelo pênalti em Muñoz. E parabeniza Zetti, o presidente do Paulista e o próprio Marcio -que, segundo Camacho, teriam admitido isso. (Eu acho que o amarelo era aceitável.)

Papelão
Perto dos desastres na Copa dos Campeões, os tropeços dos grandes no Brasil são fichinha! Não é à toa que as palavras "motivação" e "atitude" são tão valorizadas. O Monaco abafou o Real; os brasileiros foram mal, mas até Zidane furou um chute na entrada da área! E o La Coruña triturou um Milan atarantado, impotente. Nessa rodada maluca, oito da seleção brasileira caíram fora.

E-mail
soninha.folha@uol.com.br


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