FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BARCELONA

Aprovadas pelas equipes de F-1 na última terça-feira, as propostas de novas regras para a categoria já começam a cumprir um de seus objetivos: atrair caras novas.
Em Barcelona, onde hoje será definido o grid para o GP da Espanha, dois nomes se apresentaram como candidatos. Um entre os times, outro entre os pilotos.
Campeã da F-3.000 nos últimos dois anos e líder do campeonato-escola da F-1, a Arden diz estar pronta para subir em 2005 se o regulamento for posto em prática.
"Há um ano venho falando com a FIA e fazendo cálculos. Com 60 ou 70 pessoas e um orçamento de US$ 28 milhões, consigo correr uma temporada", disse à Folha Christian Horner, dono da Arden.
Inglês, 31 anos, ex-piloto de categorias de base, Horner espera pela possibilidade de os times comercializarem componentes, uma das novidades propostas por Max Mosley, presidente da entidade máxima do automobilismo.
"Se tivesse que projetar e fazer um carro, precisaria de US$ 48 milhões, 200 pessoas e de um túnel de vento", disse. "Foi o quebrou a Pacific e a Forti-Corse."
Horner se refere às últimas duas aventureiras que tentaram saltar da F-3.000 para a F-1 -respectivamente, em 94 e 95. Sem verba para sustentar os altos custos da categoria, fecharam logo depois.
A FIA quer acabar com isso. No megapacote de mudanças que enviou às equipes, a entidade sugere "o fim das restrições a venda, empréstimo ou troca de chassis e peças entre os times". Assim, equipes de ponta poderão vender para as nanicas modelos dos anos anteriores. "Se eu puder iniciar um campeonato com um carro que a McLaren, por exemplo, usou na última temporada, sei que poderei lutar por pontos", declarou.
As mudanças nas regras agora só dependem do aval do Conselho Mundial da FIA, em junho.
Caso a entidade atinja o propósito de 12 times até 2006, a F-1 terá vagas para mais quatro pilotos.
E já há uma candidata: a escocesa Susie Stoddart, 21, atual quarta colocada na F-Renault inglesa.
"Não há razão para que uma mulher não seja capaz de enfrentar Michael Schumacher", disse a piloto ao "Daily News", da Inglaterra. "Estou determinada a conseguir uma vaga até 2006."
A presença de uma mulher na F-1, que não ocorre desde que Giovanna Amati tentou se classificar para três provas em 92, seria mais um ponto para a FIA na tentativa de tornar a categoria mais interessante. Pois amanhã, o que se espera, é outra vitória de Schumacher. A quinta em cinco GPs.