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AUTOMOBILISMO
Michael Schumacher vence GP da Europa e vê companheiro terminar entre os três melhores pela 1ª vez
Do pódio, Massa se lança à Ferrari-2007
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A NURBURGRING
O degrau ao lado de Michael
Schumacher como palanque. Sobre ele, sorridente, um candidato:
o oitavo brasileiro a se banhar de
champanhe na F-1. Felipe Massa
não perdeu tempo. Terceiro no
GP da Europa, ontem, na Alemanha, usou o primeiro pódio na categoria para se impor na luta por
uma vaga na Ferrari em 2007.
"Deixa eles falarem dos outros.
Resultado é o que mais importa, e
hoje [ontem] eu consegui um excelente. Creio que as próximas
provas serão importantes para o
futuro e tenho certeza de que a
chance de ficar na Ferrari existe."
Terceiro no grid da quinta etapa
do Mundial, ele largou bem, manteve sua posição, não se deixou
abalar pela pressão de Kimi Raikkonen nas voltas finais e cruzou a
linha de chegada atrás só de dois
campeões mundiais. A vitória foi
de seu companheiro de equipe,
seguido por Fernando Alonso.
Aos 25 anos, paulistano criado
em Botucatu (interior de SP), na
sua quarta temporada na F-1 e na
primeira pela Ferrari, Massa junta-se à elite dos pilotos brasileiros.
Dos 27 que tentaram a sorte na
categoria máxima do automobilismo, apenas 7 haviam alcançado
o pódio: Emerson Fittipaldi (35
vezes), José Carlos Pace (6), Nelson Piquet (60), Ayrton Senna
(80), Mauricio Gugelmin e Roberto Pupo Moreno (uma vez cada
um) e Rubens Barrichello (61).
Havia 11 meses a bandeira brasileira não era hasteada no Mundial. Até ontem, o último pódio
do país era o de Barrichello, segundo colocado em Indianápolis,
EUA, em junho do ano passado.
Mas o foco de Massa ontem não
era com efemérides, com feitos
históricos. Era com o futuro. Contratado pela Ferrari por apenas
esta temporada, o brasileiro buscava um bom resultado para começar a mostrar à escuderia que
tem condições de continuar.
Nos últimos meses, pilotos como Raikkonen e Valentino Rossi
foram cogitados para a sua vaga.
Jornais europeu já chegaram a
anunciar como certa a contratação do finlandês, o que deixaria
Massa desempregado caso Schumacher resolvesse seguir na F-1.
Daí o "deixa eles falarem" em
seu desabafo após a corrida.
Após um início de campeonato
irregular, pontuando em duas das
quatro etapas, o brasileiro tomou
na última semana a primeira
grande atitude para mudar esse
cenário: pediu a saída do engenheiro responsável pelo seu carro,
Gabriele delli Colli, ex-braço direito de Barrichello na equipe.
Pedido atendido, com a ajuda
de Jean Todt, diretor ferrarista e
empresário de Massa. E ao lado
do novo engenheiro, Rob Smedley, Massa começou o final de semana em Nurburgring confiante.
Confiança que mostrou ontem,
na largada, quando quase ultrapassou Schumacher, segundo no
grid. O alemão, porém, venceu a
disputa e partiu à caça de Alonso.
Com um ritmo forte, Massa o
seguiu. Na décima volta do GP, só
2s813 separavam os três pilotos.
Mas o brasileiro perdeu contato
com a dupla após seu primeiro pit
stop, mais lento que os dos rivais.
Fez, então, uma corrida solo. E,
pela placa no pit wall, soube que,
na segunda rodada de pits, Schumacher havia superado Alonso.
Seu isolamento na pista terminou quando ainda faltavam 15
voltas para a bandeirada. À frente,
começou a enxergar a Renault de
Alonso. E, pelo retrovisor, viu a
aproximação de Raikkonen.
Não havia tempo, porém, para
que ninguém atacasse ninguém.
O próximo passo? "A vitória."
Que pode estar estampada no jornal em uma semana -o próximo
GP será no domingo, na Espanha.
"Espero que venha logo", disse,
de novo mais preocupado com o
futuro -até julho, a Ferrari deve
anunciar sua dupla para 2007.
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