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JUCA KFOURI
Timaço no papel
Sim, faça-se justiça, Zagallo
montou um time inesquecível,
o do Botafogo bicampeão carioca em 1967/68, com Manga,
Leônidas, Carlos Roberto,
Gerson, Rogério, Jairzinho,
Roberto e Paulo César.
Era mesmo um grande time
e agradeço aos botafoguenses
que escreveram reparando a
injustiça.
E nem direi que isso aconteceu lá se vão 30 anos...
Já o time que elle escalou
para começar a Copa da
França é da melhor qualidade, certamente não há no
mundo outro que se compare.
Desde que vire um time mesmo, não um bando como até
agora. Pouco importa se era o
que Zagallo preferia ou não.
Comissões técnicas existem
exatamente para isso, para
não permitir que todo o poder
se concentre numa só pessoa,
como um ditador.
O time titular poderia ser
melhor, se fosse Carlos Germano o goleiro, se Júlio César
e Mauro Galvão formassem a
dupla de zaga e Muller estivesse no lugar de Giovanni.
Mas aí entramos no campo
das preferências pessoais.
É inegável que Taffarel tem
saldo positivo, que Júnior
Baiano sabe tudo de futebol
(seu problema é emocional),
que Aldair foi brilhante na
Copa de 1994 e que Giovanni
ao lado de Rivaldo poderá ser
o começo de entrosamento
que a seleção até hoje não
mostrou fora do papel.
Se a convocação do ex-santista se deveu mesmo à ingerências da Nike, estamos
diante de mais um desses absurdos que acabam escrevendo certo por linhas tortas.
Os dados estão lançados e
agora só resta manter a vigilância crítica -e torcer.
Salta aos olhos, por exemplo, a imprudência em relação
a Cafu, o que menos está rendendo entre os titulares e o
único sem reserva.
Como já foi dito à exaustão,
se Roberto Carlos é absoluto,
por que não deixar Leonardo
como seu eventual substituto
e levar Zé Carlos?
Rezemos, pois, para que Cafu volte a ser na seleção o que
sempre foi no São Paulo, no
Palmeiras e na Roma, onde
tem jogado muito bem.
Desnecessário dizer que a
preservação de Denílson como
fator surpresa conta com o
apoio irrestrito da coluna -e
não é de hoje.
A coluna se compromete publicamente a jamais lembrar
que, no caso de o pentacampeonato vir a ser conquistado,
que a seleção campeã foi
montada por Carlos Alberto
Parreira e não por Mario Jorge Lobo Zagallo.
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