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Inédito no Brasil, campeonato
traz atletas de segunda linha
JOÃO CARLOS BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O campeonato de snowboarding da categoria big air (saltos)
que começa amanhã, no Pacaembu, em São Paulo, reúne ineditismo e irrelevância esportiva.
No Brasil, um país em que não
existem estações de esqui, nunca
houve uma competição da modalidade em pista de neve.
Como opção de lazer, também é
das mais atraentes, já que a big air
é a categoria do snowboarding
com maior apelo para o público.
Fora o ineditismo, porém, a relevância esportiva da competição
é nula. Não bastasse ser uma disputa de caráter promocional, que
não faz parte do calendário de algum circuito representativo, a
maioria dos atletas estrangeiros
contratados para participar da
prova é de segunda linha.
Dos 12 snowboarders divulgados pela organização como participantes do Circuito Mundial, nenhum aparece entre os 147 que
pontuaram na edição deste ano
da competição, na categoria half
pipe (em pistas em forma de ""u"),
que é a em que os atletas da big air
costumam competir, já que essa
última não é disputada.
O campeonato em questão é a
Copa do Mundo, organizada pela
subseção de snowboarding da FIS
(Federação Internacional de Esqui). Essa competição é a principal feita em várias etapas e com
periodicidade anual, ou seja, é o
Circuito Mundial da modalidade.
Os únicos que possuem resultados expressivos são o suíço Gian
Simmen, medalha de ouro da half
pipe na Olimpíada de inverno de
1998, que foi boicotada pelos
snowboarders norte-americanos,
e o norueguês Roger Hjelmstadstuen, o quarto da categoria na edição de 1998 da Copa do Mundo.
Ainda assim, ambos não obtiveram pontos nas últimas duas edições do circuito.
Dos dez restantes, oito nem estão listados no arquivo de atletas
do site oficial de snowboarding da
FIS. Os dois que sobram, o finlandês Sebastien Kuhlbeg e o sueco
Ingmar Backman, foram, respectivamente, 21º e 29º da half pipe
na Copa do Mundo de 1998.
Além dos 12 estrangeiros, vão
participar seis atletas locais, com
destaque para Gustavo Veiga, tricampeão nacional de big air -o
Campeonato Brasileiro é realizado anualmente, no Chile.
Mas o nível do snowboarding
nacional, o próprio Veiga reconhece que não se compara ao dos
europeus e dos norte-americanos.
""Eles (os estrangeiros) praticam
11 meses por ano, e eu, dois."
O evento no Pacaembu, promovido pela embaixada da Suíça, vai
ter uma descida com 30 m de altura, montada sobre o setor de tobogã do estádio. Ao final dela, há
uma rampa, para o snowboarder
saltar, e uma área de pouso.
A neve que cobre a pista é produzida por máquinas. O procedimento é usado por várias estações
de esqui, para manter as condições de uso em momentos em
que neva pouco. A produção da
neve no Pacaembu vai usar 500
toneladas de nitrogênio. A pista
também tem um sistema de proteção para evitar o derretimento.
A entrada para o público no
campeonato será franca. Amanhã, às 20h, serão realizados treinos. A prova será no sábado, às
18h. O evento, que terminará no
domingo, integra um festival para
promover a Suíça no Brasil.
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