São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2000


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Inédito no Brasil, campeonato traz atletas de segunda linha

JOÃO CARLOS BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O campeonato de snowboarding da categoria big air (saltos) que começa amanhã, no Pacaembu, em São Paulo, reúne ineditismo e irrelevância esportiva.
No Brasil, um país em que não existem estações de esqui, nunca houve uma competição da modalidade em pista de neve.
Como opção de lazer, também é das mais atraentes, já que a big air é a categoria do snowboarding com maior apelo para o público.
Fora o ineditismo, porém, a relevância esportiva da competição é nula. Não bastasse ser uma disputa de caráter promocional, que não faz parte do calendário de algum circuito representativo, a maioria dos atletas estrangeiros contratados para participar da prova é de segunda linha.
Dos 12 snowboarders divulgados pela organização como participantes do Circuito Mundial, nenhum aparece entre os 147 que pontuaram na edição deste ano da competição, na categoria half pipe (em pistas em forma de ""u"), que é a em que os atletas da big air costumam competir, já que essa última não é disputada.
O campeonato em questão é a Copa do Mundo, organizada pela subseção de snowboarding da FIS (Federação Internacional de Esqui). Essa competição é a principal feita em várias etapas e com periodicidade anual, ou seja, é o Circuito Mundial da modalidade.
Os únicos que possuem resultados expressivos são o suíço Gian Simmen, medalha de ouro da half pipe na Olimpíada de inverno de 1998, que foi boicotada pelos snowboarders norte-americanos, e o norueguês Roger Hjelmstadstuen, o quarto da categoria na edição de 1998 da Copa do Mundo.
Ainda assim, ambos não obtiveram pontos nas últimas duas edições do circuito.
Dos dez restantes, oito nem estão listados no arquivo de atletas do site oficial de snowboarding da FIS. Os dois que sobram, o finlandês Sebastien Kuhlbeg e o sueco Ingmar Backman, foram, respectivamente, 21º e 29º da half pipe na Copa do Mundo de 1998.
Além dos 12 estrangeiros, vão participar seis atletas locais, com destaque para Gustavo Veiga, tricampeão nacional de big air -o Campeonato Brasileiro é realizado anualmente, no Chile.
Mas o nível do snowboarding nacional, o próprio Veiga reconhece que não se compara ao dos europeus e dos norte-americanos. ""Eles (os estrangeiros) praticam 11 meses por ano, e eu, dois."
O evento no Pacaembu, promovido pela embaixada da Suíça, vai ter uma descida com 30 m de altura, montada sobre o setor de tobogã do estádio. Ao final dela, há uma rampa, para o snowboarder saltar, e uma área de pouso.
A neve que cobre a pista é produzida por máquinas. O procedimento é usado por várias estações de esqui, para manter as condições de uso em momentos em que neva pouco. A produção da neve no Pacaembu vai usar 500 toneladas de nitrogênio. A pista também tem um sistema de proteção para evitar o derretimento.
A entrada para o público no campeonato será franca. Amanhã, às 20h, serão realizados treinos. A prova será no sábado, às 18h. O evento, que terminará no domingo, integra um festival para promover a Suíça no Brasil.



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