São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2004

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FUTEBOL

Jânio Carvalho, da palmeirense Mancha Alviverde, foi indiciado por homicídio doloso pela morte de corintiano

Presidente de torcida organizada é preso

DA REPORTAGEM LOCAL

Jânio Carvalho Santos, 25, presidente da torcida organizada Mancha Alviverde, foi indiciado e preso temporariamente pela morte do corintiano Marcos Gabriel Cardoso Soares, 16.
Carvalho e mais dois torcedores -Alessandro Almeida Borges Ferreira, 23, e Edmilson José da Silva, 28- foram detidos ontem no 13º Distrito Policial, onde prestaram depoimento, e terão responder pelo crime de homicídio doloso (com intenção). Os três palmeirenses seriam transferidos para o 77º DP, onde ficarão presos nos próximos 12 dias. A prisão foi decretada pela juíza Sílvia Maria Martinez, do 5º Tribunal do Júri.
Carvalho foi acusado de incitar as agressões a Marcos Soares -o corintiano sofreu traumatismo craniano. A acusação baseou-se em informações de uma testemunha. Edmilson Silva e Alessandro Ferreira foram apontados por supostamente estarem entre os agressores de Marcos.
Segundo o delegado Ítalo Miranda Júnior, que conduz as investigações do caso, os três negaram as acusações, mas disseram que estavam no local da agressão.
"Prenderam o Jânio para dar um brilho na investigação. Tem uma testemunha que disse que ele incitou a agressão, mas tem umas 50 que dizem que não", declarou Paulo Serdan, presidente de honra da organizada.
Além dos torcedores, o médico Paulo Ishikawa, que fez o atendimento ao corintiano no Pronto-Socorro Municipal da Barra Funda, também foi indiciado, mas por homicídio culposo, caracterizado pela negligência, imperícia ou imprudência na assistência que prestou a Soares. Após examiná-lo, o médico liberou o torcedor para ir para casa. Ishikawa responderá em liberdade.
Apesar do indiciamento dos três palmeirenses e do médico, a investigação continuará. A polícia apura se houve outros agressores.
Soares foi agredido numa briga entre corintianos e palmeirenses que ocorreu próximo à estação Barra Funda de metrô (zona oeste de São Paulo), em 2 de maio, horas antes do clássico.
No dia seguinte, o torcedor sentiu-se mal e foi internado em estado crítico no Hospital Santa Cecília. Seis horas depois, morreu durante uma cirurgia no cérebro.
O caso ocorreu após a volta das torcidas organizadas. No Campeonato Paulista-04, a FPF propôs que elas voltassem a se manifestar nos estádios paulistas caso aceitassem elaborar e entregar às autoridades um cadastro com os nomes de seus integrantes. A Mancha aderiu ao acordo.


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