São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2006

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Croácia faz espanhóis sofrerem

Primeiro rival do Brasil faz 1 a 0 nos espanhóis, mas acabado derrotado no último minuto da partida

Com boa movimentação e bolas cruzadas para a área, seleção assusta, mas cansa no fim e permite a virada no amistoso em Genebra


FERNANDO VALEIKA DE BARROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE GENEBRA

A seleção brasileira que se cuide. Em seu último amistoso antes da Copa do Mundo, a Croácia, o primeiro rival do Brasil na Alemanha, mostrou que tem muitas virtudes. Perdeu para a Espanha de virada, com um gol de Fernando Torres no último minuto em um jogo bem movimentado e com um bom toque de bola.
Os espanhóis tiveram mais a posse de bola, mas os croatas mostraram que podem ser perigosos quando vão ao ataque.
O cérebro do time é Niko Kovac, o técnico cabeludo que joga no Hertha Berlim ao lado de Gilberto. Ao lado de Kranjkar, o filho do treinador, é ele quem costuma puxar os contra-ataques das seleção.
O atacante Prso, o outro grande nome do time, também é muito perigoso e não pára de se deslocar tentando confundir a defesa adversária. Sua jogada preferida é tentar surpreender os rivais partindo no limite do impedimento. Como seus companheiros, ele volta para ajudar na marcação.
Os espanhóis experimentaram também um veneno que costuma ser perigoso para a zaga brasileira: as bolas cruzadas na área (nos escanteios os zagueiros Simunic e Tudor sobem para tentar o cabeceio).
Foi insistindo nas bolas cruzadas que a Croácia fez o seu gol, numa bola levantada para a área espanhola, Pablo mandou para as próprias redes aos 13min do primeiro tempo.
Os espanhóis empataram só aos 16min do segundo tempo, em uma cobrança de falta no bico direito da área croata. Na batida de Pernía, a bola desviou na barreira sem dar chances ao goleiro Pletikosa, que mais tarde pegou um pênalti bastante discutido -em cobrança de Fernando Torres-, em que o juiz apitou alegando falta em um lance em que a bola nem sequer estava perto dos atletas.
O problema da Croácia é a idade de sua defesa. Veteranos como Simic e Kovac são fortes, mas demonstram cansaço. Isso faz com que apareçam espaços para atacantes habilidosos trabalharem mais a bola e criarem mais oportunidades. Assim, foi numa jogada individual que Fernando Torres desempatou, após se livrar de dois marcadores com um drible de corpo.
Pode estar nesse detalhe as chances do Brasil. Em compensação, a Croácia não mostrou em Genebra uma das suas principais armas: o apoio de Srna.
Como o ala direito foi poupado deste último jogo amistoso, os espiões de Carlos Alberto Parreira não puderam ver as suas descidas e finalizações (tanto que ele foi o artilheiro ao lado de Prso nas eliminatórias, com cinco gols).
O amistoso da Croácia em Genebra foi um jogo agradável e deixou uma lição: os jogadores brasileiros não devem subestimar seus primeiros adversários na Copa se não quiserem começar mal.


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