São Paulo, sexta-feira, 08 de junho de 2007

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"Brasileiro é acomodado", afirma ídolo

DA REPORTAGEM LOCAL

Não é só a falta de estrutura a responsável pela escassez de brasileiros na elite do tênis mundial.
A população argentina representa cerca de 20% da brasileira, mas o contingente de atletas daquele país entre os melhores é muito superior ao registrado pelo Brasil.
Enquanto o tenista brasileiro mais bem colocado no ranking da ATP é Flávio Saretta (128º), a Argentina conta com 13 jogadores entre os cem melhores.
Dirigentes, técnicos e os próprios jogadores dizem que a diferença de resultados tem explicações.
"Isso é da própria cultura do argentino", diz Guga. "Para mim, é natural que eles tenham mostrado essa evolução. O brasileiro é muito mais acomodado."
Para o presidente da CBT, Jorge Lacerda da Rosa, é preciso mudar a mentalidade do brasileiro.
"É uma questão cultural. O argentino passa, se precisar, seis, sete meses na Europa. Já os brasileiros ficam dois e já querem voltar para casa."
Nelson Nastás, seu adversário político, tem a mesma opinião. "A mentalidade deles é outra. Dormem embaixo da ponte se precisar. Os brasileiros ficam reclamando de hotel, de treinamento, de tudo."
O próprio Saretta fala que os vizinhos jogam de forma diferente. "Temos que aprender olhando para eles. Eles têm, principalmente, uma garra que muitos de nós não têm."
Além disso, as atividades foram centralizadas em Buenos Aires, onde os principais jogadores se encontram para treinar.
"Ajuda muito na integração entre jogadores e técnicos. Todos acabam trabalhando juntos, e a renovação é natural", diz o capitão brasileiro na Copa Davis, Francisco Costa.
No Brasil, os tenistas preferem treinar em seus locais de origem. "Existe uma certa relutância em sair de casa", afirma Ricardo Acioly, ex-capitão na Davis. (FI E LF)


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