|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Brasileiro é acomodado", afirma ídolo
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é só a falta de estrutura a responsável pela escassez de brasileiros na
elite do tênis mundial.
A população argentina
representa cerca de 20%
da brasileira, mas o contingente de atletas daquele país entre os melhores é
muito superior ao registrado pelo Brasil.
Enquanto o tenista brasileiro mais bem colocado
no ranking da ATP é Flávio Saretta (128º), a Argentina conta com 13 jogadores entre os cem melhores.
Dirigentes, técnicos e os
próprios jogadores dizem
que a diferença de resultados tem explicações.
"Isso é da própria cultura do argentino", diz Guga.
"Para mim, é natural que
eles tenham mostrado essa evolução. O brasileiro é
muito mais acomodado."
Para o presidente da
CBT, Jorge Lacerda da Rosa, é preciso mudar a mentalidade do brasileiro.
"É uma questão cultural. O argentino passa, se
precisar, seis, sete meses
na Europa. Já os brasileiros ficam dois e já querem
voltar para casa."
Nelson Nastás, seu adversário político, tem a
mesma opinião. "A mentalidade deles é outra. Dormem embaixo da ponte se
precisar. Os brasileiros ficam reclamando de hotel,
de treinamento, de tudo."
O próprio Saretta fala
que os vizinhos jogam de
forma diferente. "Temos
que aprender olhando para eles. Eles têm, principalmente, uma garra que
muitos de nós não têm."
Além disso, as atividades foram centralizadas
em Buenos Aires, onde os
principais jogadores se encontram para treinar.
"Ajuda muito na integração entre jogadores e
técnicos. Todos acabam
trabalhando juntos, e a renovação é natural", diz o
capitão brasileiro na Copa
Davis, Francisco Costa.
No Brasil, os tenistas
preferem treinar em seus
locais de origem. "Existe
uma certa relutância em
sair de casa", afirma Ricardo Acioly, ex-capitão na
Davis.
(FI E LF)
Texto Anterior: Contra a lógica, projeto social é único a triunfar Próximo Texto: Roland Garros 1: Revelação sérvia surpreende, vai à final e pegará tricampeã Índice
|