São Paulo, sexta-feira, 08 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Contra a lógica, projeto social é único a triunfar

DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto a maior parte da comunidade do tênis lamenta a oportunidade perdida de aproveitar a era Guga, o setor de projetos sociais soube aproveitar bem a onda e festeja.
"Foi o máximo. O Guga desenvolveu o que não existia no país, a paixão pelo tênis", diz Jorge Nascimento, professor de tênis e organizador do Favela Open. "Uma pessoa morar na periferia e gostar de tênis, naquela época? Nada a ver."
A iniciativa começou em 1994, quando Nascimento improvisou uma rede em uma rua da favela em Capão Redondo, periferia de São Paulo.
Naquela época, cerca de 30 crianças participaram do evento. Atualmente, ele organiza torneios em dez favelas e reúne 600 crianças em cada uma.
Mas o sucesso da empreitada não se resume ao aumento do número de participantes.
No início, o campeão do Favela Open ganhava um emprego como pegador de bolinha em uma academia de tênis, onde poderia, depois, treinar.
Agora, os campeões terão a oportunidade de treinar no Centro Cultural Esportivo Favela Open, o CT do projeto, que foi inaugurado neste mês em São Paulo. "O centro de treinamento é uma coisa que a CBT, ou a federação, poderia ter feito", afirma Nascimento.
No local, funciona uma academia, com três quadras (duas de saibro e uma de cimento), que cedeu parte de suas instalações para o Favela Open.
Estão sendo feitas reformas no lugar para a construção de dormitórios para 16 crianças. Nascimento também pretende usar o local para aulas de computação, inglês e espanhol.
O objetivo agora é internacionalizar o projeto. No mês que vem, ele viaja para oito países da Europa para divulgá-lo.
O sucesso dos projetos sociais é reconhecido pelos outros setores do esporte.
"De 1997 para cá, surgiram e cresceram bastante. Antes do primeiro título do Guga, havia poucos projetos sociais. Agora, há mais de 20 pelo país, envolvendo mais de 2.000 meninos carentes", afirma o diretor-geral da Head Brasil, Paulo de Tarso.0 (FI E LF)


Texto Anterior: Elite pede CT, e mercado prefere quadras públicas
Próximo Texto: "Brasileiro é acomodado", afirma ídolo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.