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Contra a lógica, projeto social é único a triunfar
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto a maior parte da
comunidade do tênis lamenta a
oportunidade perdida de aproveitar a era Guga, o setor de
projetos sociais soube aproveitar bem a onda e festeja.
"Foi o máximo. O Guga desenvolveu o que não existia no
país, a paixão pelo tênis", diz
Jorge Nascimento, professor
de tênis e organizador do Favela Open. "Uma pessoa morar na
periferia e gostar de tênis, naquela época? Nada a ver."
A iniciativa começou em
1994, quando Nascimento improvisou uma rede em uma rua
da favela em Capão Redondo,
periferia de São Paulo.
Naquela época, cerca de 30
crianças participaram do evento. Atualmente, ele organiza
torneios em dez favelas e reúne
600 crianças em cada uma.
Mas o sucesso da empreitada
não se resume ao aumento do
número de participantes.
No início, o campeão do Favela Open ganhava um emprego como pegador de bolinha em
uma academia de tênis, onde
poderia, depois, treinar.
Agora, os campeões terão a
oportunidade de treinar no
Centro Cultural Esportivo Favela Open, o CT do projeto, que
foi inaugurado neste mês em
São Paulo. "O centro de treinamento é uma coisa que a CBT,
ou a federação, poderia ter feito", afirma Nascimento.
No local, funciona uma academia, com três quadras (duas
de saibro e uma de cimento),
que cedeu parte de suas instalações para o Favela Open.
Estão sendo feitas reformas
no lugar para a construção de
dormitórios para 16 crianças.
Nascimento também pretende
usar o local para aulas de computação, inglês e espanhol.
O objetivo agora é internacionalizar o projeto. No mês
que vem, ele viaja para oito países da Europa para divulgá-lo.
O sucesso dos projetos sociais é reconhecido pelos outros setores do esporte.
"De 1997 para cá, surgiram e
cresceram bastante. Antes do
primeiro título do Guga, havia
poucos projetos sociais. Agora,
há mais de 20 pelo país, envolvendo mais de 2.000 meninos
carentes", afirma o diretor-geral da Head Brasil, Paulo de
Tarso.0
(FI E LF)
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