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Raiva não impede torcida pela seleção local
DO ENVIADO À CIDADE DO CABO
A raiva do Mundial tem limites. Quando os Bafana Bafana entrarem em campo,
mesmo moradores que se dizem alvos da "limpeza urbana" estarão de olhos colados
em suas televisões ou pegando carona nas de vizinhos.
"Não tenho muito a comemorar, mas também nada
contra o time ganhar", diz
Marietta Monagiee, uma moradora de Blikkiesdorp.
Como no restante do país,
o corte do atacante Benny
McCarthy leva a debates intensos na região. "Ele é meu
ídolo, mas só pode culpar a si
mesmo pelo corte", afirma
Mohammed Khan.
O jogador do inglês West
Ham teria sido dispensado
pelo técnico Carlos Alberto
Parreira por estar gordo.
Ao ouvir a crítica, Nolan
Adams, outro morador do local, protesta com veemência.
"É um absurdo o corte! Ele
sempre foi um jogador-chave
para a seleção."
"LOBBY" DAS TORCIDAS
No assentamento Joe Slovo, às margens da rodovia
que liga o aeroporto à cidade,
tremula uma bandeira do Orlando Pirates, um dos times
de Johannesburgo.
Mesmo estando a 1.400
km de distância, o Pirates e
seu rival do distrito de Soweto, o Kaizer Chiefs, monopolizam as atenções nas favelas
da Cidade do Cabo. Os times
locais (Santos e Ajax) são fortes só na classe média.
Para os torcedores dos Pirates, o homem-chave na seleção é o meio-campista Teko
Modise, que joga na equipe.
Da mesma forma, quem torce
para os Chiefs defende o lateral esquerdo Siphiwe Tshabalala no time nacional.
Enquanto Parreira mantiver os dois na seleção, não
haverá problema.
O técnico brasileiro é visto
com respeito, enquanto seu
antecessor, Joel Santana, hoje no Botafogo, é geralmente
considerado "uma piada".
"Mas o time precisa atacar
mais. É preciso colocar Modise mais próximo dos atacantes", diz Thabo Pukwana, 32,
torcedor dos Pirates.
(FZ)
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