São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2010

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Raiva não impede torcida pela seleção local

DO ENVIADO À CIDADE DO CABO

A raiva do Mundial tem limites. Quando os Bafana Bafana entrarem em campo, mesmo moradores que se dizem alvos da "limpeza urbana" estarão de olhos colados em suas televisões ou pegando carona nas de vizinhos.
"Não tenho muito a comemorar, mas também nada contra o time ganhar", diz Marietta Monagiee, uma moradora de Blikkiesdorp.
Como no restante do país, o corte do atacante Benny McCarthy leva a debates intensos na região. "Ele é meu ídolo, mas só pode culpar a si mesmo pelo corte", afirma Mohammed Khan.
O jogador do inglês West Ham teria sido dispensado pelo técnico Carlos Alberto Parreira por estar gordo.
Ao ouvir a crítica, Nolan Adams, outro morador do local, protesta com veemência. "É um absurdo o corte! Ele sempre foi um jogador-chave para a seleção."

"LOBBY" DAS TORCIDAS
No assentamento Joe Slovo, às margens da rodovia que liga o aeroporto à cidade, tremula uma bandeira do Orlando Pirates, um dos times de Johannesburgo.
Mesmo estando a 1.400 km de distância, o Pirates e seu rival do distrito de Soweto, o Kaizer Chiefs, monopolizam as atenções nas favelas da Cidade do Cabo. Os times locais (Santos e Ajax) são fortes só na classe média.
Para os torcedores dos Pirates, o homem-chave na seleção é o meio-campista Teko Modise, que joga na equipe. Da mesma forma, quem torce para os Chiefs defende o lateral esquerdo Siphiwe Tshabalala no time nacional.
Enquanto Parreira mantiver os dois na seleção, não haverá problema.
O técnico brasileiro é visto com respeito, enquanto seu antecessor, Joel Santana, hoje no Botafogo, é geralmente considerado "uma piada".
"Mas o time precisa atacar mais. É preciso colocar Modise mais próximo dos atacantes", diz Thabo Pukwana, 32, torcedor dos Pirates. (FZ)


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